Nazaré Araújo deve ser lançada ao Governo após reunião com frente da esquerda

A procuradora estadual Nazaré Araújo Lambert, vice-governadora do Estado no segundo mandato do governador petista Tião Viana (de 2014 a 2018), deverá ser indicada candidata ao Governo nas próximas eleições pela Federação Partidária que inclui o PT, o PV e o PCdoB – o PSB rompeu com os esses partidos. A indicação do nome da procuradora deve ocorrer a partir de uma reunião, na tarde desta terça-feira (2) no escritório do ex-senador e ex-governador Jorge Viana, na Galeria “Z”, na Estrada Dias Martins, em Rio Branco. Jorge Viana deve se auto lançar candidato ao Senado.

A informação foi dada esta tarde por uma fonte do ContilNet junto à Federação Partidária. Nenhuma liderança da Frente, no entanto, negou ou confirmou a informação. A ideia seria que o nome de Nazaré, que vinha sendo cogitado como uma possível candidata a deputada federal pelo PT dentro da Frente Partidária, fosse apresentado ao Governo como companheira de chapa de Jorge Viana candidato ao Senado na convenção prevista para o próximo dia 5. Ao ContilNet, a procuradora disse que a informação sobre isso começou a circular desde o último final de semana e que ela de fato colocou seu nome à disposição a Frente Partidária “mas para disputar uma pré-candidatura de deputado federal”, no que chamou de mandato coletivo. “Entendo que, neste momento, preciso reafirmar a luta pela democracia e um mandato coletivo reafirmaria a luta das mulheres na defesa de seus direitos e de políticas públicas que ampliem a proteção ao gênero”, disse.

A crise em torno do lançamento ou não de uma candidatura ao Governo dos partidos de esquerda começou quando o Jorge Viana passou a insinuar que, ao invés de disputar um mandato no Senado, poderia disputar o Governo do Estado, uma dubiedade não resolvida até hoje. Com sua pré-candidatura colocada fazia mais de um ano, quando percorreu todo o Estado reunindo diversos segmentos da sociedade para a elaboração de um plano de Governo, o deputado Jenilson Leite sentiu-se ofendido e chegou a bater boca com Jorge Viana numa reunião casa do ex-deputado César Messias, presidente do PSB, segundo revelou uma fonte do ContilNet. Após isso, Leite foi a Brasília e comunicou à executiva nacional do PSB que seria candidato ao Senado. “A vaga está aberta para ele”, disse ao ContilNet ao declarar que Jorge Viana poderia, enfim, disputar o cargo de governador.

Ocorreu que, após isso, Jorge Viana veio a público declarando que era candidato ao Senado atendendo a pedidos do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, que pode vir a ganhar a eleição em primeiro turno. Segundo Jorge Viana, com Lula presidente e ele no Senado poderia ajudar o Acre muito mais que estando no Governo. Desde então, o PT e seus aliados passaram a cogitar nomes ao Governo, já que não assimilaram o nome do professor Nilson Euclides como candidato a governador pela Federação PSOL e Rede. 

Na busca por um nome, chegaram a Nazaré Araújo, de tradicional família de políticos acreanos. Ela é filha do primeiro governador constitucional do Acre, José Augusto de Araújo, eleito em 1962 e cassado em 1964, o qual morreu num hospital-prisão, em 1971, em plena ditadura militar. Sua mãe é a ex-deputada Maria Lúcia de Araújo, herdeira política do marido, que se elegeu deputada durante a ditadura e em 1986, pelo MDB, quando foi parlamentar federal constituinte. Seu filho mais velho, o engenheiro Ricardo Augusto, irmão de Nazaré, também foi eleito vereador por Rio Branco mas desistiu de disputar mandatos eletivos e passou a tarefa para a irmã mais nova. Resta saber se ela aceita ou não a indicação para ser candidata ao Governo. Ao que tudo indica, não. Isso fará com que, até o dia 5 de agosto, data limite das convenções partidárias com vistas às eleições de 2022, os partidos de esquerda continuem em busca de um nome para o Governo. Têm menos de 72 horas para resolverem um problema que não conseguiram em mais de dois anos. É neste sentido que cresce o nome de Nazaré Araújo.

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