O telescópio espacial internacional James Webb detectou, pela primeira vez, uma evidência de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera de um planeta fora do nosso sistema solar, o WASP-39 b, um gigante gasoso a 700 anos-luz de distância da Terra.
A revelação foi divulgada em um comunicado conjunto da Nasa, a agência espacial norte-americana, e da ESA, a agência espacial europeia, na manhã desta quinta-feira (25).
A Nasa explica que compreender a composição da atmosfera de um planeta pode nos ajudar a aprender mais sobre sua origem e evolução. Por essa razão, a descoberta do composto químico foi bastante celebrada pelos cientistas responsáveis pelo estudo, que deve ser divulgado em breve na revista Nature.
Por que o CO2 é importante?
Embora outros telescópios espaciais como Hubble e o Spitzer tenham detectado anteriormente substâncias como vapor de água, sódio e potássio na atmosfera do WASP-39 b, essa foi a primeira vez que o composto químico foi detectado fora do Sistema Solar(Vênus e Marte têm atmosferas feitas de CO2).
“Quando a gente mede essa característica do dióxido de carbono, podemos determinar o quanto de material gasoso e sólido foi usado para formar este planeta gigante de gás”, detalhou.
(VÍDEO: Veja as primeiras fotos divulgadas pelo supertelescópio James Webb.)
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A Nasa explica ainda que, aqui na Terra, o CO2 na atmosfera funciona para reter o calor perto da Terra. É justamente o composto que ajuda o nosso planeta a reter parte da energia que recebe do Sol.
“Se não fosse por esse efeito estufa [causado pelo gás], os oceanos da Terra estariam congelados. A Terra não seria o belo planeta azul e verde que abriga vida”.
Segundo os cientistas envolvidos no estudo, o sucesso do Webb na observação de CO2 em WASP mostra que o supertelescópio também será capaz de detectar e medir dióxido de carbono até mesmo nas atmosferas mais finas de planetas rochosos menores, algo até então impossível para o Hubble ou outros telescópios espaciais.
“Na próxima década, o James Webb fará essa medição para uma variedade de planetas, fornecendo informações sobre os detalhes de como os planetas se formam e a singularidade do nosso próprio sistema solar”, acrescentou Line.