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Você sabia? Onças-pintadas machos matam filhotes de outros indivíduos da mesma espécie

Por G1

Onça-pintada alcança independência com cerca de dois anos. — Foto: ArquivoPessoal/BrunoSartoriReis

As onças-pintadas, maiores felinos das Américas, estão conquistando cada vez mais os brasileiros com a novela Pantanal. O animal serviu de inspiração até para o uniforme da seleção brasileira de futebol para a Copa do Mundo 2022. O g1 traz algumas curiosidades sobre a espécie, veja:

Infanticídio

O infanticídio é uma prática que ocorre entre os felinos. Os machos matam filhotes que não são deles, ou seja, ao cruzar com um filhote de outro indivíduo da mesma espécie, a onça-pintada macho preda este animal.

As onças-pintadas do Brasil são as maiores do mundo. — Foto: Divulgação/IHP

As onças-pintadas do Brasil são as maiores do mundo. — Foto: Divulgação/IHP

É responsabilidade da fêmea manter a segurança do filhote. Por esta razão, é comum comportamentos como a fêmea esconder o filhote para sair para caçar. O infanticídio é uma das causas para que nem todos os filhotes nascidos de uma única gestação consigam sobreviver.

“Então é responsabilidade da mãe manter esses indivíduos viáveis, quanto mais filhotes, mais difícil manter”, detalha o médico veterinário do Instituto Homem Pantaneiro (IHP) e especialista em onças-pintadas, Diego Viana.

Conforme o especialista, toda onça-pintada consegue reconhecer o próprio filhote. “Eles conseguem identificar pelo cheiro, por vocalização, por mais que o barulho que elas façam sejam muito semelhantes, a frequência com certeza é diferente e eles conseguem fazer essa diferenciação”, pontua.

Gestação

Onça-pintada com filhote transitando pelo Pantanal. — Foto: Divulgação/IHP

A gestação de uma onça-pintada tem a duração de três meses. Até quatro filhotes podem ser gerados, mas devido ao infanticídio geralmente um ou dois sobrevivem.

Apesar do curto período gestacional, os filhotes permanecem com as mães por no mínimo dois anos. “Uma fêmea fica até dois anos e meio com a mãe, em média, e um macho até dois anos acompanhando a mãe”, explica Viana.

Abandono de filhotes

Leventina é neta de Fera, a primeira onça a ser reintroduzida com sucesso no Pantanal. — Foto: ArquivoPessoal/BrunoSartoriReis

Assim como outras espécies, as onças-pintadas abandonam filhotes quando identificam que eles não estão se desenvolvendo como deveriam, conforme explica o biólogo biólogo e guia da Organização Não Governamental (ONG) Onçafari, Bruno Sartori Reis.

“A fêmea não vai ficar cuidando de um filhote que não vai vingar”, pontua.

Ele ressalta que até com animais em cativeiro esse tipo de comportamento é avistado. “A gente tenta devolver o filhote para a mãe e é muito comum a mãe continuar rejeitando e dali a alguns poucos dias, semanas, o filhote morre e a gente, na hora de fazer a necrópsia, descobre que o filhote estava com alguma má formação de órgão, algum problema ósseo, que a mãe percebeu realmente antes”, explica Bruno.

“É algo difícil e duro de ver e tirar essa humanização, mas é preciso olhar de uma forma mais fria, pensando realmente em respostas evolutivas que foram tendo para identificar esses animais”, aponta o biólogo.

Inclusive, uma onça-pintada fêmea foi abandonada pela mãe, no Pantanal. Leventina é acompanhada pela ONG Onçafari desde que foi rejeitada pela mãe, Ferinha.

“Ela foi abandonada com oito meses, ela acompanharia a mãe até um ano e meio, então vamos supor que ela chegue a um ano e meio, a dois, provavelmente a gente pode bater o martelo que ela conseguiu sobreviver e se desenvolver com as próprias técnicas de caça e tudo o mais, mas ela vai ter que aprender tudo sozinha”, destaca o biólogo Bruno.

Maiores do mundo

Fêmeas são responsáveis por cuidar dos filhotes. — Foto: Divulgação/IHP

As maiores onças-pintadas do mundo vivem no Brasil e Pantanal é o lar desses felinos. No bioma pantaneiro, uma onça-pintada macho pode alcançar 150 kg. Já a fêmea pode atingir 110 kg.

“Em outros biomas, como a Caatinga, um macho adulto tem 80 kg, que é o peso de uma fêmea, de um filhote, aqui”, descreve o médico veterinário Diego Viana, que coordena o projeto Felinos Pantaneiros.
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