Uma autêntica guerra santa acaba de ser travada na campanha para as eleições em nível nacional entre a primeira-dama Michelle Bolsonaro e a acreana Marina Silva, candidata a deputada federal pela Rede Sustentabilidade em São Paulo. Sites de notícias que acompanham os bastidores da política nesta reta final da campanha eleitoral vêm observando que os estrategistas de Jair Bolsonaro (PL) enxergam a primeira-dama Michelle Bolsonaro como um grande trunfo perante o eleitorado evangélico.
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É que, por orientação do comando de campanha de Bolsonaro, Michelle tenta vincular a imagem do marido aos valores cristãos. É aqui que entra Marina Silva, a acreana que militava na política do Acre e que por aqui foi vereadora da Capital, deputada estadual e senadora da República por dois mandatos até ser nomeada no governo Lula para ministra do meio Ambiente e que rompeu com o petismo mas, na atual campanha, se recompôs com Lula e o está apoiando na atual corrida eleitoral. Evangélica, Marina Silva diz que há uma manipulação na campanha do atual presidente em relação à fé e aos valores evangélicos.
“Eu acho que a campanha do Bolsonaro faz essa manipulação e tenta manipular inclusive a figura da Michelle”, disse durante participação no UOL News, na manhã desta terça-feira (13), em São Paulo. “O que eu me preocupo é com a manipulação. A manipulação da fé e a manipulação da política, porque fundamentalismos não são bons. Nem político, nem evangélico. Agora, quando as duas coisas se encontram, aí realmente nós temos uma questão letal”. “Quando a manipulação é feita, ela não serve nem a política e nem a fé cristã. Não serve absolutamente nada”, completou.
Marina relembrou as afirmações falsas contra Lula de que, se eleito, fecharia igrejas. “Você não pode dizer que se o presidente Lula ganhar, o governo dele vai fechar igrejas. Ele foi presidente por dois mandatos e não existe uma igreja que tenha sido fechada por ele”, disse.
Segundo ela, os políticos têm que se dirigir aos evangélicos como cidadãos, nem todos estão com Bolsonaro, diz Marina Silva “Temos que nos dirigir aos evangélicos, aos católicos, aos ateus, aos que tenham religião de matriz africana como cidadãos. Não são todos os evangélicos que estão com Bolsonaro, uma parte já percebeu que Jesus Cristo não tem nada a ver com uma arma na Marcha para Jesus”. Acrescentou
Marina Silva ainda criticou a postura de Bolsonaro durante a pandemia de covid-19. “Essa atitude de dizer que é apenas uma gripezinha, aquilo que tirou a vida de quase 700 mil pessoas, isso não tem nada a ver com os ensinamentos do evangelho e de Jesus. O nome de Deus está sendo usado em vão e não podemos fazer isso”, afirmou.