Assim como o ex-presidente Lula, que lidera as pesquisas de opinião pública e pode ganhar a eleição presidencial já no primeiro turno e por isso não deve mais comparecer a debates nesta reta final de campanha, o governador do Acre e candidato à reeleição Gladson Cameli deve fazer o mesmo. O próximo debate previsto em nível nacional ao qual Lula não deve comparecer está previsto para ocorrer neste sábado (24), é o do SBT (Sistema Brasileiro de Televisão), em São Paulo. O presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, já mandou avisar que vai.
Embora não tenha falado abertamente sobre o assunto, o governador Gladson Cameli está reunido com assessores mais próximos e os marqueteiros da campanha avaliando se deve continuar indo ou não a debates nesta reta final de campanha. O próximo debate está previsto para o dia 27, nos estúdios da TV-Acre, da Rede Amazônica, retransmissora da Rede Globo.
A gerente de jornalismo da emissora, jornalista Geyse Negreiros, disse ao Contilnet, nesta quinta-feira (22), que o marqueteiro do governador confirmou a presença de Gladson no debate. “Mesmo que ele não venha, o debate vai acontecer”, disse a jornalista. “A gente adota aquela estratégia de deixar o púlpito vazio com o nome do faltoso”, acrescentou.
O governador Gladson Cameli, sempre muito atencioso com a imprensa e aos jornalistas, desta vez não respondeu aos questionamentos do ContilNet se vai ou não ao debate da TV-Acre. Assessores próximos ao governador acham que ele não deve ir. O próprio Gladson Cameli, num comício no Bujari, na segunda-feira passada, disse a interlocutores que talvez não fosse mais a debates em função dos ataques sofridos no debate da TV Rio Branco.
“Enquanto eu quero falar do que fiz e do que pretendo fazer, apresentando propostas, eles vêm com ataques”, disse Gladson Cameli numa live nas redes sociais em referência à debates e aos adversários.
“Estou sendo pegado para Cristo”, disse o próprio Gladson fora do ar e dos microfones, num dos intervalos do debate da TV Rio Branco, ao se referir ao massacre que sofreu naquele domingo á noite.
A agressão dos adversários nos debates, deixando de apresentar propostas para os ataques, às vezes até no campo pessoal, tem explicação: é que, com Gladson Cameli, assim como o ex-presidente Lula, liderando todas as pesquisas de opinião pública, que o apontam como vencedor do pleito já no primeiro turno, a guerra dos demais candidatos é para estarem ao menos no segundo turno. “No segundo turno é outra eleição”, tem dito, repetidas vezes, em seus programas eleitorais, o candidato do PT, Jorge Viana, o segundo colocado nas pesquisas e muito atrás do governador, mesmo sabendo que suas chances são difíceis.
Em nível acional, se Lula titubeia se vai ou não ao debate do SBT, ao da Globo, programado para o dia 29 de setembro, às vésperas do primeiro turno, ele estaria disposto a ir.