Ataques a Gladson, Mara x JV e ‘Fake News’: saiba o que rolou no 1º debate dos candidatos

O primeiro debate entre seis dos sete candidatos ao Governo do Estado nas próximas eleições, promovido pela TV Rio Branco, retransmissora da Cultura (Canal 8), foi encerrado no início da madrugada desta segunda-feira (19), após mais de três horas de perguntas entre os candidatos e apresentação de suas propostas.

Mediado pelo ex-vereador e ex-deputado federal José Alex, o programa não teve perguntas de jornalista nem do apresentador, deixando que o programa fluísse com perguntas feitas diretamente entre os candidatos. O único dos sete candidatos a não comparecer foi David Hall, do Agir, que não foi convidado por critério da emissora, já que seu Partido não tem representação no Congresso Nacional.

O debate bem que poderia também ser chamado de “Operação Caça Gladson”, já que os cinco candidatos de oposição presentes lançaram diversas críticas ao atual governador e candidato à reeleição, Gladson Cameli. Jorge Viana, do PT, Sérgio Petecão, do PSD, Mara Rocha, do MDB, Nilson Euclides, do PSOL, e Márcio Bittar, do União do Brasil, enxergaram no debate a possibilidade de serem catapultados para um eventual segundo turno. Por isso, de forma uníssona, com a exceção de Márcio Bittar, passaram a bater e a provocar o governador. Até mesmo nas perguntas que eram feitas diretamente de um candidato para outro, como no caso de Mara Rocha (MDB) para Sérgio Petecão (PSD), o assunto era voltado para o atual governo, a fim de que se criticasse o governador e candidato à reeleição.

Os ataques foram tantos que, num dos intervalos dos cinco blocos do programa, fora do ar, Gladson Cameli se comparou a Jesus Cristo, segundo denunciou, ao voltar do intervalo, o candidato Sérgio Petecão. Em todas as suas manifestações, disse que o governo Gladson é o mais corrupto da história e voltou a repetir a acusação de que o atual governo desviou mais de R$ 800 milhões de recursos da Saúde e da Educação. As agressões só não foram maiores que as de Mara Rocha, que insistia no tempo, sempre dizendo que a juventude acreana está indo embora para outros estados e que pessoas estão morrendo nos hospitais porque os recursos teriam sido desviados.

A candidata chegou à sede da emissora acompanhada de seu irmão, o vice-governador Wherles Rocha, que é candidato a deputado federal pelo MDB, o qual vestia uma camiseta com a inscrição da Operação Ptolomeu, aquela desencadeada pela Polícia Federal e cujo resultado são desconhecidos, deflagrada em dezembro do ano passado. Todos os candidatos de oposição lembraram que, por conta da Operação, o Palácio Rio Branco e a casa do governador receberam visitas dos federais.

As agressões foram tantas que, por três vezes, pedidos de Direitos de Resposta feitos pelo governador foram atendidos pela assessoria jurídica do programa, feita pelos advogados Marcos Palácios Dantas e Euclides Bastos. Gladson Cameli não caiu nas provocações e aproveitava os direitos de resposta concedidos para pedir votos para mais um mandato, falar de suas propostas, do que fez e do que pretende fazer caso conquiste a eleição.

Gladson repetiu por várias vezes que pegou um Estado com dívidas, inclusive com o 13º salário dos servidores e com ameaça de calote a fornecedores e que só não fez mais porque, além de cumprir as dívidas herdadas, teve que enfrentar a pandemia do coronavirus. “Eu fiz o que tinha que fazer: salvar vidas”, disse.

Os perrengues também ocorreram entre os candidatos de oposição, como, por exemplo, no momento em que Mara Rocha acusou Jorge Viana de ter sido leniente com o surgimento das facções criminosas que agem no Estado, durante seus dois governos, de 1998 a 2006. “Os jovens que estão presos tem pouco mais de 20 anos. Eram crianças nos governos do PT, que não gerou emprego e deixou as facções crescerem no Acre”, acusou a candidata.

Jorge Viana pediu e teve deferido Direito de Resposta, quando negou a leniência de seu Governo e de seus sucessores, Binho Marques e seu irmão Tião Viana, durante 20 anos. “Nós conduzimos reduzir os índices de criminalidade”, afirmou, acusando Mara Rocha de “Fake News”, “logo ela, que é jornalista”.

Márcio Bittar procurou fugir dos ataques e apenas apresentou suas propostas, pedindo votos para si e para a reeleição do presidente Jair Bolsonaro.

A novidade desta campanha eleitoral é o professor universitário Nilson Euclides, candidato a governador do PSOL. Pelo menos foi isso que ele próprio procurou difundir durante todo o debate, lembrando que as famílias Cameli e Viana estão no poder no Estado há quase 30 anos, lembrando que foi o então governador Orleir Cameli que passou o governo para Jorge Viana cuja Frente Popular ficou no poder durante 20 anos.

De todos os candidatos, o único a pedir voto para o Senado foi Márcio Bittar, que defendeu a candidatura de sua ex-mulher, a professora Márcia Bittar, que disputa o Senado pelo PL. “Nunca vi uma pessoa ser tão atacada quanto a Márcia. Por isso passei a defendê-la porque um homem que não defende sua família não é digno dela”, disse Márcio Bittar. “Mas a despeito dos ataques, ela está aí, segundo eu já conhecia: com altivez e determinação para ser a senadora de Bolsonaro”, disse o candidato em suas considerações finais do debate.

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