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Candidato ameaçava divulgar vídeo íntimo de ex-amante após término

Por G1 MS

Daisa e Saulo se relacionaram por três anos — Foto: Reprodução/ Redes Socias

O candidato a deputado federal Saulo Batista (Republicanos-MS) ameaçava divulgar vídeos e imagens íntimas de Daisa Garcia, ex-amante do político e apontada pela Polícia Civil como autora das facadas contra o homem, em Campo Grande. Com mais de 21 mil seguidores em uma rede social, a influencer afirma temer por sua integridade física e emocional após os últimos acontecimentos.

Daisa relatou em entrevista ao g1 que o político começou a fazer coisas “terríveis” contra ela, porque a mulher queria romper com ele e voltar com o ex-marido. De acordo com um boletim de ocorrência registrado como ameaça no dia 4 de maio de 2020, uma semana após o término do relacionamento, Saulo passou a ameaçar divulgar vídeos e fotos íntimas do período em que se relacionaram.

Segundo o registro policial, Batista também encaminhou mensagens para amigos expondo a intimidade do casal.

Na mesma data, Daisa informou que solicitou medida protetiva contra Saulo. Ao g1, a mulher que esfaqueou o postulante apresentou cópias dos documentos que comprovam a solicitação da medida protetiva de urgência. Contudo, Saulo diz desconhecer a medida.

“Após uma série de agressões psicológicas, decidi voltar para a minha cidade e terminar o relacionamento. Ele não aceitou e ameaçou divulgar fotos minhas peladas na internet. Saulo chegou a criar uma página na rede social com imagens e vídeos me expondo para os amigos, além de contratar um outdoor para expor meu ex-marido, mas a empresa se recusou pelo cunho da mensagem.

Pouco mais de um mês depois, em 18 de maio do mesmo ano, o ex-marido de Daisa procurou novamente a polícia e registrou ocorrência por injúria e difamação.

Saulo ameaçava Daisa após o fim do relacionamento — Foto: Arquivo Pessoal

Conforme o documento que o g1 teve acesso, o político chegou a criar uma página em uma rede social com o nome “Corno de consórcio”, expondo fotos e dados pessoais do homem e contratou um empresa para divulgar uma mensagem em outdoor.

Relacionamento abusivo

 

Suspeita compareceu à delegacia após o crime. — Foto: Reprodução/RedesSociais

Em entrevista, Daisa disse que conheceu o candidato em março de 2020. Segundo ela, desde o início o relacionamento era conturbado. “Conheci o Saulo em março de 2020, foi tudo muito intenso, em pouco tempo estávamos morando juntos. Descobri depois de cinco dias que ele era casado, ele até então nunca tinha falado sobre ela. Tentei me separar, mas ele não quis e continuamos juntos”.

Quando questionada sobre a situação do relacionamento extraconjugal que mantinha, Daisa se disse envergonhada e arrependida de se relacionar com o político. “Ele sempre foi agressivo e não gosta de ser contrariado. A esposa dele sempre soube de mim e eu sabia dela, sempre foi assim”.

Daisa disse que há dois meses alugou um apartamento no mesmo prédio em que morava com Saulo para ter privacidade e receber a filha de 13 anos. Segundo a mulher, o casal morava em andares diferentes, na região central de Campo Grande. Muito abalada, ela afirmou estar com medo da reação do político devido aos últimos acontecimentos.

Discussão terminou em facada, diz polícia

De acordo com a polícia, o casal terminou a relação extraconjugal na manhã de segunda-feira (26). Durante o depoimento, Saulo informou ter dito a Daisa que viajaria para uma agenda política. Horas depois, ela foi ao apartamento para buscar seus objetos pessoais e encontrou no local o candidato com uma outra mulher.

“Na segunda, ele disse que ia viajar para uma agenda no interior. Como tínhamos terminado, achei que seria uma boa oportunidade de pegar as coisas que eu mantinha no flat dele. Cheguei e comecei a recolher algumas coisas, foi aí que ele apareceu na escada, me jogou contra a parede e começou a me ofender”.

Segundo o registro policial, após ver Batista com outra mulher, uma briga começou entre os três. Durante a discussão, Daisa relatou que estava sendo sufocada e pegou o primeiro objeto que encontrou para se defender, que era uma faca de serra. “Eu estava cega na hora, só queria tirar ele de cima de mim. Eu não esfaqueei ele, ele que estava me agredindo e precisava me defender”.

“Enquanto ele me agredia, apareceu uma mulher dizendo que não queria confusão, que ela era uma profissional, que só queria o dinheiro. Eu fiquei fora de mim. Depois de todo o terror psicológico que ele fez comigo, ele estava me traindo com uma prostituta? Isso enquanto disse que estaria trabalhando”.

Em entrevista ao g1 no dia 27 de setembro, Batista disse que agiu em legítima defesa. “Ela pode ter ferimentos no braço e possivelmente no cabelo. No braço foi onde se segura para desarmar alguém que está com uma faca e o cabelo foi para tirar ela de cima de mim”.

O caso foi registrado como lesão corporal recíproca e segue sendo investigado.

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