Crimes violentos crescem na Amazônia, e Acre não revela idade de suas vítimas jovens, diz dado

As mortes de crianças e adolescentes na Amazônia, de idade que vai de zero a 19 anos, são 34% maiores que a média nacional, revelou, nesta segunda-feira (26), o Forum Nacional e Segurança Pública, com base em números de 2021. Os dados podem ser maiores porque, dos oito estados da região, os números relativos ao Acre não são contabilizados porque o Estado não revela a idade nas informações fornecidas ao Forum Nacional de Segurança Pública.

De acordo com a instituição, a violência entre os jovens reflete a explosão da violência na Amazônia, expressa no aumento de casos de ameaças, agressões e assassinatos, que também atinge as faixas etárias mais jovens da população local. Enquanto a taxa nacional de assassinatos de crianças e adolescentes foi de 8,7 a cada 100 mil habitantes em 2021, o índice nos estados da Amazônia Legal foi de 11,1 – ou seja, 34% maior que a média nacional.

Além dos assassinatos, também foram registrados aumento de casos de abuso sexual e estupro de menores também aumentaram acima da média nacional. A taxa de estupros de crianças e adolescentes na Amazônia Legal (90,9 a cada 100 mil pessoas) é 7,6% acima da média nacional (85,5). A maior parte dos casos de estupro (72,3%) vitimou crianças e adolescentes até 13 anos de idade, e a esmagadora maioria (90%) foi de meninas.

O Forum nacional de Segurança Pública revela que os números ficam mais assustadores quando considerados que, a despeito de ter pouco mais de 16% da população brasileira de zero a 19 anos, a Amazônia concentra mais de 20% das mortes violentas intencionais nesta faixa etária de todo o país.

“O estupro é o que mais chama a atenção na Amazônia Legal”, assinalou Lucas Lopes, da Coalizão Brasileira pelo Fim da Violência contra Crianças e Adolescentes, ao Valor.

“Nossa análise mostra que as políticas públicas na Amazônia Legal para crianças e adolescentes, e as de prevenção de violência, desconsideram aspectos fundamentais do território. Não consideram, por exemplo, aspectos de geografia e condições de deslocamento quando se instalam os equipamentos de saúde e assistência”, acrescentou.

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