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Crimes violentos estão se deslocando da capital para o interior do Acre, diz Sejusp

Por TIÃO MAIA, PARA CONTILNET

Foto: Nivaldo Lima/Futura Press

O secretário de Estado e Segurança Pública, coronel PM reformado Paulo Cézar Santos, admitiu, nesta quarta-feira (13), que está havendo uma espécie de deslocamento de crimes violentos contra a vida da capital rumo ao interior do Acre. É que, enquanto a capital Rio Branco vive o declínio das mortes violentas na ordem de 4,6 %, o sistema de segurança pública estadual detecta aumento dos mesmos crimes nas regiões do Alto Acre e Purus.

Os números mostram que das 144 mortes violentas ocorridas no Acre de janeiro a agosto de 2022, a maioria se deu no interior do Estado. Os mesmos crimes no município de Sena Madureira, que é uma espécie de capital da Regional do Purus, aumentaram em média 350%, e pelo menos 150% em Brasiléia, maior cidade da Regional do Alto Acre.

Dos crimes registrados, 88% têm homens como vítimas e a maioria estaria associada à guerra entre facções. O restante das vítimas são mulheres. Do total das vítimas femininas, pelo menos 9% morreram por causa de gênero, o chamado crime de feminicídios, quando os ex-maridos, namorados ou companheiros matam suas companheiras.

O Acre, apesar de ter diminuído alguns números nesta modalidade de assassinato, continua a ser um dos estados do país a liderar as estatísticas nacionais quanto a este tipo de crime.

O que aponta para algum tipo de positividade para o sistema de segurança quanto ao aumento do número de assassinatos no interior, é que, de todos os crimes, pelo menos 50% têm autoria identificada e os criminosos passam a ser procurados e presos.

Entre os 40% de crimes de autoria não identificada, os chamados assassinatos misteriosos, está, por exemplo, a morte do ex-prefeito de Plácido de Castro, Gedeon Barros, executado a tiros em Rio Branco, na Via Chico Mendes, em maio de 2021. “As investigações continuam, mas ainda não há pistas sobre autoria”, admitiu o coronel Paulo Cézar Santos, ao lembrar que a tarefa de investigação cabe à Polícia Civil.

Quanto à Polícia Militar, o serviço de segurança e proteção à sociedade por parte da instituição em relação ao interior, foi iniciado assim que os números apontaram o deslocamento dos crimes violentos da capital rumo aos municípios.

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