Filho de Cid Moreira perde ação de indenização movida contra o pai

processo envolvendo Cid Moreira e o filho, Roger Felipe, acaba de ganhar um novo capítulo. Após o rapaz entrar com uma ação de indenização, alegando abandono intelectual e afetivo por parte do jornalista e da ex-esposa, Maria Ulhiana, a Justiça julgou o pedido indeferido.

De acordo com a sentença, entendeu-se que Roger veio ao Rio a passeio com 15 anos de idade. Contudo, não fixou residência na Cidade Maravilha. Ficou comprovado que o rapaz trabalhou em Porto Alegre em 1996 e que estava matriculado em uma instituição de ensino, no mesmo local, em 1999. O mesmo documento revelou que Roger tinha uma formação pedagógica, o que afasta completamente a tese de que ele teria sofrido um abandono intelectual.

Ainda segundo a sentença, Roger Felipe foi acolhido na casa de Maria quando já era maior de idade. Nessa oportunidade, trabalhou para o casal, tendo sido corretamente remunerado. Além disso, não foram apresentadas provas nos autos de que ocorreu um abandono moral. O que teria ocorrido, segundo o entendimento da Justiça, foi um mero afastamento entre Cid Moreira, Maria e ele, quando já era adulto e autossuficiente.

Entenda o caso!

Roger Felipe nasceu em 1976, em Porto Alegre, onde vivia com seus pais biológicos, até que a tia materna, Maria, casada com Cid Moreira, o convidou para passear pela cidade do Rio de Janeiro. Ele tinha apenas 15 anos e, segundo a ação, imaginou que teria melhores condições e chances na vida, caso se mudasse para a cidade conhecida por suas belas praias e cartões postais.

O Autor, então, passou a morar junto dos réus. De acordo com Roger, Cid e Maria não teriam providenciado o necessário para que ele continuasse com seus estudos. Ainda segundo a ação, ele passou a trabalhar para o casal, sem receber qualquer remuneração em retorno. O jornalista começou a chamar Roger de “filho” e o fazia dormir consigo.

Em 1998, após sete anos convivendo com Cid e Maria, o Réu fez constar na capa de CD que estava sendo lançado – de material bíblico – que o Autor seria “engenheiro de som”, o que revelava uma profissão que sequer existia na prática. Até que em 2001, Cid e Maria finalmente adotaram Roger, que estava com 25 anos de idade e não possuía instrução, estudos, amigos ou um ofício.

Quando Roger começou a se relacionar afetivamente com uma pessoa do mesmo sexo, houve uma ruptura do relacionamento entre as partes. Contudo, Cid continuou a dar suporte financeiro para ele. Diante dessa realidade, Roger passou a trabalhar no salão de beleza de Maria, sem receber um salário em contrapartida.

Após o ano de 2007, ele alega que foi completamente abandonado afetivamente e também financeiramente pelos Réus. Teve, assim, sua honra e dignidade fatalmente abaladas. Por isso, entendeu cabível o ajuizamento de uma ação a fim de perceber os valores referentes à indenização.

Em sua defesa, Maria Ulhiana rebateu afirmando que todos os fatos trazidos por Roger seriam inventados e falaciosos. Isso porque ela diz que seu sobrinho vivia uma situação de violência, e que por isso ela o convidou para passar alguns dias no Rio de Janeiro com ela e Cid. O Autor teria sido recebido na residência dos Réus com extremo carinho e afeto.

Em 2001, quando os Réus já haviam se separado, Cid manifestou seu interesse em adotar Roger, como um ato de consideração para com Maria, que era tia do Autor. Depois da adoção, Roger teria começado a manifestar desrespeito perante a figura dos Réus. Quando começou a se envolver com outro rapaz, o Autor passou a morar em um apartamento de Maria sem o seu consentimento.

Alega, ainda, que Roger nunca quis ou fez qualquer esforço para retomar seus estudos, sendo que sempre foi incentivado por sua tia. Nos autos não foram apresentadas provas que o Autor teria sofrido algum prejuízo moral. Maria pediu que os pedidos formulados por Roger fossem denegados, bem como o reconhecimento de litigância de má-fé ao Autor.

Cid Moreira, por sua vez, disse que os pais biológicos que nunca matricularam Roger na escola. O autor só teria começado a auxiliar Cid com a gravação das passagens bíblicas em 1998, quando o Réu se aposentou do cargo de apresentador do Jornal Nacional. Quem teria convidado Roger para residir com o casal foi Maria. Roger, enquanto trabalhava com Cid, recebia um pagamento de R$4.000,00.

Cid afirma que, ao contrário do narrado por Roger, nunca dormiu na mesma cama que ele. A adoção teria ocorrido em 2001, quando o Autor tinha 24 anos. Após o processo, ele teria apresentado uma alteração no seu comportamento e começado a trabalhar com Maria.

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