Nas últimas 24h, o Rio Acre teve um acréscimo de 48 cm, segundo o Cel. Cláudio Falcão, coordenador Municipal da Defesa Civil em Rio Branco. A medida, ainda que exata, é considerada um dado “falso positivo” pelo coordenador. “O que teremos de medição real ocorrerá amanhã (16), após o escoamento das águas das chuvas que caíram entre ontem e hoje”, conclui.
A previsão mais correta para que o tempo seco comece a recuar é entre a segunda quinzena de outubro ou mesmo no início de novembro. “As chuvas recentes melhoraram um pouco a situação da seca, mas vale lembrar que isso não é suficiente para resolvê-la. Ameniza, mas não resolve, segundo o coordenador, que ainda adverte que não há previsão de chuvas até o final de semana e, caso não ocorram na próxima, volta-se para o ponto zero: altas ondas de calor, poluição do ar com umidade relativa baixa, com o nível do Rio Acre baixando também”.
O Acre pode esperar algumas chuvas no período que segue, mas nada que mude significativamente a situação. E ela não é boa. Segundo o Inpe, o Acre apresentou este ano o segundo pior nível de queimadas desde o início das medições oficiais, iniciadas em 1998.
Temporais e vendavais no cardápio, mas há recomendações
Cláudio também adverte a população sobre os riscos ocasionados pelas chuvas acompanhadas de fortes temporais. “Durante a ocasião, é preciso que a população saiba se abrigar dentro de suas casas, principalmente. Ainda assim, deve ficar muito atenta para verificar se a residência está balançando, ou se há árvores próximas que possam cair, providenciando abrigo em outro local, em situações que configurem risco. Deve-se evitar abrigar-se próximo a árvores, fiação elétrica, objetos metálicos ou mesmo na proximidade de janelas”. Cláudio também reforça o apelo para que as pessoas não queimem nas áreas secas: “Já estamos com situação de emergência decretada nesse sentido, pedimos para que não agrave a situação. Além disso, é recomendável o uso racional da água, uma vez que estamos com crise de abastecimento também. Por fim, é necessário que a população se hidrate ao máximo e, sendo possível, que umidifique os ambientes à noite”, finaliza.
Situação insustentável
Desde Janeiro de 2022 até o momento, foram registrados 7014 focos de queimadas, média superada apenas em 2005, com 8.000 focos e um cenário que lembrava o inferno de Dante. Além disso, o Acre bateu recordes em índices de ar irrespirável, com níveis pelo menos 13 vezes acima da média recomendada pela OMS.
Para se ter uma ideia do que isso significa, segundo a OMS, todos os anos, pelo menos 7 milhões de pessoas morrem com agravamento de doenças respiratórias causadas por poluentes.