Ministros, ex-ministros e políticos que apoiaram até agora Jair Bolsonaro (PL) já começaram a mandar recados a interlocutores de Lula (PT) de que nada têm contra ele —muito pelo contrário. O fenômeno se intensificou especialmente entre aqueles que têm base eleitoral e política no Nordeste do país.
COSTEANDO O ALAMBRADO
Apesar de, em público, eles seguirem apoiando Bolsonaro e até mesmo criticando duramente o petista, ministros e políticos começam a admitir a possibilidade de o presidente ser derrotado, e enviam sinais de que não pretendem fazer oposição acirrada a Lula, caso ele se eleja presidente em outubro.
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Alguns políticos usaram, como mensageiros, empresários que têm interlocução com o PT.
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De acordo com as pesquisas mais recentes de institutos tradicionais, Lula tem chance de vencer já no dia 2 de outubro, em primeiro turno. Na semana passada, o Datafolha mostrou Lula com 50% dos votos válidos. Na segunda-feira (26), o Ipec afirmou que Lula chegou a 52% dos votos válidos.
AINDA FALTA
Apesar do otimismo no PT, e do pessimismo entre os bolsonaristas, a eleição não é considerada decidida por nenhum dos lados. Além de uma semana de campanha, os dois candidatos vão se enfrentar em um debate. E a abstenção, em especial entre eleitores de baixa renda, pode trazer surpresas caso a margem de votos para vitória de Lula no primeiro turno siga apertada.
FIO
Historicamente, a abstenção é maior entre pessoas de menor renda e escolaridade, pelos custos e pelas dificuldades que elas muitas vezes têm de ir ao local de votação. E é justamente nesses segmentos do eleitorado que Lula tem o seu maior percentual de intenção de votos.
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Uma abstenção alta entre eles, portanto, tornaria quimera o sonho de alguns petistas de liquidar a fatura no primeiro turno, ainda que por percentual mínimo de votos.