Os casos de covid longa, ou sequelas originadas em pacientes que sobreviveram à covid, têm aumentado consideravelmente no país. Segundo pesquisa recente, realizada pela organização de saúde Vital Strategies e pela Universidade Federal de Pelotas, em parceria com outras entidades, pelo menos 65% dos infectados no Brasil, sofrem com sintomas de sequelas. No Acre, os casos mais conhecidos de covid longa foram o da Arquiteta Priscila Ribeiro, de 27 anos, que passou 24 dias internada em um hospital de Rio Branco para tratar uma pneumonia e um derrame pleural, e do empresário e servidor público Amilton Batista Britto, que faleceu em 2021, devido as complicações por sequelas.
A covid longa é sub-reptícia, age em silêncio até o paciente adquirir sintomas mais graves. Foi o caso de Priscila. Uma das primeiras infectadas pelo novo coronavírus no Acre, ficou 24 dias internada em Rio Branco para tratar uma pneumonia e um derrame pleural, em 2020. Um ano depois sentiu novamente os sintomas e refez o teste, que deu negativo, mas ao passar dos dias, as sequelas voltaram. Os sintomas da pneumonia e do derrame se intensificaram e ela foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e depois transferida para um hospital particular. Socorrida e já sem risco explícito de vida, declarou: “depois de tudo isso, ainda sinto falta de ar, dor. Então, é algo que vou continuar tratando, porque ficou uma sequela maior”.
No mesmo ano, ainda em 2021, o empresário acreano Amilton Batista Britto revelou os mesmos sintomas de covid longa, mas não resistiu.
É verificável que existem inúmeros casos no Acre de pessoas que estão sofrendo com os mesmos sintomas, mas não há ainda nenhum estudo ou dado estatístico disponível neste sentido. A fumaça de queimadas tem agravado a situação, uma vez que muitas pessoas desenvolvem problemas respiratórios nessa época do Ano.
Dados do Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde divulgou no dia 7 de setembro novos números sobre a pandemia de covid-19 no país. De acordo com levantamento diário feito pela pasta, o Brasil registrou, em 24 horas, 8,8 mil novos casos da doença e 57 óbitos. Desde o início da pandemia, o país acumula 34,4 milhões de casos confirmados e 684,6 mil mortes registradas. Os casos de recuperados somam 33,5 milhões (97,4% dos casos). Pelo menos 65% dos infectados no Brasil, sofrem com sintomas de sequelas. E o Brasil não é o único. Nos EUA, a covid longa deixou pelo menos 4 milhões de pessoas sem trabalho, segundo o relatório Brookings Institution.
Os problemas mais frequentes relatados para quem pode estar com sequelas, ou covid longa, foram apontados pelas pesquisas:
Perda do olfato e do paladar, que atingiu 30% dos infectados. Em seguida está a perda de massa muscular, relatada por 25% dos que contraíram a doença. Mas há muitos casos de confusão mental, dores inexplicáveis em partes do corpo, fibroses e agravamento de doenças preexistentes. Também foram mencionados fadiga (24%), perda de memória (21%), perda de cabelo (19%), falta de ar (19%), problemas para dormir (14%) e problemas psicológicos (14%).