A Polícia Federal expediu, nesta terça-feira (6), mandados de busca e apreensão e sequestro de imóveis avaliados em R$ 8 milhões, em uma operação que investiga uma organização criminosa de lavagem de dinheiro. Conforme as investigações, o grupo era liderado por Sérgio Roberto de Carvalho, ex-major da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, preso em junho deste ano na Hungria.
A Operação La Famiglia expediu, ao todo, 9 mandados de busca e apreensão e o sequestro de imóveis dos investigados avaliados em aproximadamente R$ 8 milhões nos estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo.
Em Mato Grosso os mandados foram cumpridos nos municípios de Campo Grande e Jaraguari.
As investigações apontam a prática de atos de lavagem de dinheiro consubstanciados em negócios jurídicos fraudulentos e compra de bens imóveis e móveis, em especial fazendas, subsidiados com recursos provenientes do tráfico internacional de drogas.
De acordo com a PF, os investigados tinham investimentos com a finalidade de desempenhar atividade pecuária, visando, assim, converter os ativos ilícitos em lícitos.
A Operação é um desdobramento da Operação Enterprise, deflagrada pela Polícia Federal em 2020, em diversos Estados da Federação e no exterior para combater um conglomerado de organizações criminosas vocacionadas ao crime de tráfico internacional de drogas.
A investigação deflagrada hoje recai sobre a lavagem de dinheiro perpetrada pelo núcleo familiar do chefe do esquema delituoso desmantelado na sobredita operação, responsável pelo envio de toneladas de cocaína para a Europa.
Os investigados responderão pelo crime de lavagem de dinheiro, com penas que podem variar de 3 a 10 anos para cada ação perpetrada.
Líder da organização
Sérgio Roberto de Carvalho, o ex-major da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul que foi preso na Hungria no dia 21 de junho, sob acusação de tráfico de drogas, seria o líder das investigações, segundo a PF.
A Polícia Federal confirmou a recente prisão dele na Hungria. Major Carvalho também é conhecido como o “Pablo Escobar brasileiro”.
Ele foi para a reserva da PM em 1997. Um ano depois, foi condenado a mais de 15 anos de prisão pelo tráfico de cerca de 230 quilos de cocaína. O ex-PM sofreu também um processo para a perda do posto e da patente.
Na Europa, o ex-major se escondia com uma identidade falsa: ele fingia que era um empresário do Suriname chamado Paul Wouter.
Vivia em uma mansão avaliada em 2 milhões de euros na cidade de Marbella, no sul da Espanha.
Em agosto de 2020, a polícia da Espanha o prendeu por suspeitar que ele tinha levado cocaína para a Europa em um barco, mas sem saber que o homem, na verdade, era o brasileiro Major Carvalho. Foi detido como se fosse Paul Wouter.