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Patrulha Maria da Penha, exclusiva do Acre, ganha novamente destaque nacional

Por MAURÍCIO DE LARA GALVÃO, DO CONTILNET

Ao menos três mulheres morrem diariamente por feminicídio no Brasil, em crimes motivados por ódio e sentimento de perda do controle de suposta propriedade sobre as mesmas. A taxa de assassinatos no país é a quinta mais alta do mundo. Segundo dados da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, apenas em 2022, o país contou com mais de 31 mil denúncias de violência doméstica ou familiar contra as mulheres, isso até julho. Um levantamento feito pelo Ministério Público entre 2018 a 2022, aponta que foram registrados 54 feminicídios e 125 homicídios contra mulheres no Acre, resultando em 75 órfãos no estado.

Para coibir este tipo de ação, foi em 17 de setembro de 2019 a Patrulha Maria da Penha da Polícia Militar do Estado do Acre (PMAC), que desde então leva atendimento psicológico, jurídico e social até as comunidades vulneráveis na periferia da capital e no interior do estado. Liderada pela Comandante Tenente-Coronel Alexsandra Rocha, no último dia 09, a Patrulha, exclusiva do Acre, ganhou destaque novamente no Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Com três anos de implantação, que serão completados no próximo dia 17, a unidade não para de ganhar destaque no cenário nacional, principalmente devido à sua modalidade Itinerante, especializada em comunidades mais isoladas ou carentes.

Segundo a Comandante Alexsandra, a iniciativa teve início quando se percebeu que mulheres com medida protetiva não se tornavam vítimas de feminicídio. “Fizemos um levantamento das mulheres que de fato estavam morrendo e descobrimos que a grande maioria convivia com os parceiros que cometem o delito. Nos perguntamos, porque elas não vêm até nós denunciar? Se elas não vêm até nós, nós vamos até elas, e então surgiu a Patrulha Itinerante Maria da Penha, focada nos bairros e regiões realmente com um índice maior de violência doméstica”, analisa. Ela afirma ainda que uma unidade móvel, um ônibus equipado é então deslocado para o local, onde toda uma equipe profissional e equipamentos necessários estão preparados para receber e acolher este tipo de denúncia. Isso ocorre, independente de se tratar de uma vítima ou não, muita informação para a proteção da vida das mulheres é veiculada no local.

O projeto Patrulha Itinerante foi inscrito no Fórum Nacional de Segurança Pública, com 58 projetos inscritos nacionalmente e somente oito selecionados, sendo o do Acre um deles. Os representantes do Projeto receberam o Selo de Boas Práticas e de Práticas Inovadoras, na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, no último dia 09.

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) é uma organização não-governamental, apartidária, e sem fins lucrativos, que se dedica a construir um ambiente de referência e cooperação técnica na área da segurança pública. 

A organização é integrada por pesquisadores, cientistas sociais, gestores públicos, policiais federais, civis e militares, operadores da justiça e profissionais de entidades da sociedade civil que juntos contribuem para dar transparência às informações sobre violência e políticas de segurança e encontrar soluções baseadas em evidências.

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