Na passagem de Lula por Curitiba, no último sábado, um de seus seguranças chamou a atenção de aliados que costumavam visitá-lo nos tempos em que ficou preso na cidade: o agente da Polícia Federal Paulo Rocha Júnior. Paulão, como é conhecido, seria só mais um profissional no grupo, não fosse a relação de amizade que desenvolveu com o petista no período em que o ex-presidente ficou atrás das grades.
Naquela época, ele era um dos agentes que se revezavam na segurança da cela de Lula, no último andar da Superintendência da PF de Curitiba. A aproximação aconteceu especialmente nos fins de semana, quando o ex-presidente estava proibido de receber visitas. Naqueles dias, os dois falavam sobre todo tipo de assunto: futebol, família, namoro, política e até Domingão do Faustão, que Lula costumava assistir.
Em 2019, o agente chegou a ser removido da função e destacado para trabalhar em uma missão em outra cidade. Na ocasião, a medida foi interpretada pelo petista e seus advogados como uma retaliação da cúpula da PF.
A escolha de Paulão e dos demais policiais que trabalham como seguranças de Lula foi feita pelos representantes da campanha petista com a PF. Segundo auxiliares do ex-presidente, o pedido para que Paulão integrasse a equipe partiu do próprio Lula. Ele faz parte da equipe coordenada pelo delegado Andrei Passos.
A ideia é que o trabalho do agente junto a Lula não pare por aí. Após o término da campanha, há chances de Paulão ser cedido para o grupo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) que acompanha o petista, já que todo ex-presidente tem direito a esse tipo de serviço. Como Lula perdeu um membro de sua equipe devido a Covid, o policial pode ocupar este posto.