“Quero um Acre mais feliz de novo”, diz Nazareth Araújo em artigo

Faço uma breve pausa na campanha eleitoral ao Senado da República, para falar sobre mais um triste e lamentável episódio de tentativa de feminicídio, ocorrido no dia 14 de setembro, aqui na nossa capital.

Uma mulher, uma trabalhadora de 35 anos de idade, funcionária de serviços gerais na Escola Estadual Neutel Maia, estava fazendo o seu serviço, limpando o corredor do colégio, quando foi covardemente surpreendida pelo ex-companheiro, um homem de 28 anos, que a atingiu com um golpe de faca no pescoço. Ele teria invadido a escola só para atingir a ex-companheira, inconformado com sua recusa em continuar o relacionamento.

Um fato assim é extremamente perturbador!

É um golpe desferido não só na vítima, Adriana do Nascimento (que tem toda a minha solidariedade e orações pela sua saúde), mas também em cada mulher acreana que anseia pelos seus direitos a liberdade, de ser cuidada e protegida, em suas relações particulares e em sociedade. Esse é um Acre que precisamos mudar.

Precisamos de respeito entre homens e mulheres.

Quando fui vice-governadora, na gestão de Tião Viana, nós criamos o Projeto Mulher Cidadã, uma iniciativa que visava reunir serviços oferecidos nas áreas da saúde, empreendedorismo, atendimento jurídico e valorização da mulher. Realizávamos várias rodas de conversa, falando sobre toda a proteção disponível e como acioná-la, quando necessário.

Falávamos inclusive, de como identificar os diversos tipos de violência, porque muitas vezes, as mulheres sequer tinham conhecimento de que o que sofriam era uma violência, caracterizada e tipificada por lei!

As mulheres em situação de vulnerabilidade social eram o nosso público-alvo e tínhamos como proposta ajudar no combate e redução destes índices nefastos de violência contra a mulher e de gravidez na adolescência, além de levar serviços públicos de cidadania.

O projeto, o Mulher Cidadã, foi instituído como política pública, por meio da lei estadual 3.368/2017, coordenado por mim enquanto vice-governadora. Está entre as 10 melhores práticas de governo no Prêmio dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU Brasil – edição 2018/Agenda 2030. É uma ação da qual eu me orgulho muito de ter feito parte, pois sei que ajudamos muitas mulheres e suas famílias.

Desenvolvíamos ainda, o Projeto Ser Homem, sob a coordenação da Secretaria de Direitos Humanos, visando acompanhar e modificar o comportamento daqueles que haviam praticado violências contra mulheres, para que houvesse modificação em tais atitudes.

Infelizmente, não se tem mais notícias acerca de continuidade dos programa, enquanto o cenário da violência contra as mulheres permanece assustador.

Hoje, o Acre lidera o ranking nacional de feminicídio. Entre os anos de 2018 a 2021, 126 mulheres foram assassinadas no nosso estado. O mais estarrecedor dessa estatística é que 50 dessas vítimas, foram mortas pelo simples fato de serem mulheres. São dados do Observatório de Análise Criminal do Núcleo de Apoio Técnico do Ministério Público do Estado do Acre.

Esse, definitivamente, não é o Acre que nós queremos!

O que queremos é um Acre respeitoso para com as pessoas e responsável em suas políticas públicas. Um Acre mais feliz, no seu dia a dia!

São apenas dados e estatísticas, mas não podem ficar nisso. Quero que todos vocês façam um pequeno esforço e enxerguem muito além dos números. Estamos falando de vidas perdidas, sonhos que foram transformados em pesadelos, por quem deveria respeitar as mulheres.

Casos assim, entristecem a minha alma, mas eu sei que não posso ficar calada ou ser condescendente com essa dura realidade para as nossas mulheres acreanas! Aí, seria omissão e indiferença, para com os que estão sofrendo uma verdadeira brutalidade!

É para resgatar projetos como o Mulher Cidadã e fazer muito mais pelas pessoas, de forma coletiva, que coloco o meu nome à disposição da cidadania.

Eu defendo uma sociedade mais justa, amorosa e solidária, onde homens e mulheres se respeitem e tenham dignidade de vida, pela assistência, pela educação e pela ampliação de projetos como o Mulher Cidadã, o Ser Homem, Primeira Infância Acreana, o Banco da Mulher, trazendo oportunidades de acolhimento, de geração de renda e sucesso na Vida – Felicidade!

Sou Nazaré Araújo, e sempre vou lutar pelas nossas crianças, nossas mulheres, e para que os homens a respeitem e amem; para que todos vivam em um Acre melhor, mais seguro, mais feliz e acolhedor às famílias.

O Acre é fiel a todos que lhe querem e lhe fazem bem!

Nazaré Araújo, 55 anos, é procuradora, política brasileira, ex-vice-governadora do Acre e candidata ao Senado da República pelo PT-AC nas Eleições 2022. Foi procuradora-geral do Acre (2007 – 2010) e sub-chefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil do Acre (2011 – 2014).

Nas eleições em 2014, Nazaré foi eleita vice-governadora do Acre na chapa encabeçada por Tião Viana e hoje disputa as Eleições 2022 para uma vaga no Senado Federal, na chapa Federação da Esperança no Acre, composta por Jorge Viana, para governador, e Marcus Alexandre, vice-governador.

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