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Rio Branco amanhece sob fumaça e com ar quase irrespirável neste 7 de setembro

Por TIÃO MAIA, PARA CONTILNET

O ceú de Rio Branco amanheceu encoberto de fumaça e permaneceu durante todo desfile. Foto: Diego Gurgel

Rio Branco, a capital e maior cidade do Acre, com uma população estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 418.452 habitantes, amanheceu o feriado desta quarta-feira, 7 de setembro, com o ar literalmente irrespirável.  A causa é a concentração de partículas poluentes no ar causadas pela fumaça das queimadas que atingem a região nesta época do ano e que deixam a capital irrespirável, sob uma nuvem densa em que nem os raios do sol conseguem penetrar completamente e que colocam em risco a saúde da população, principalmente de crianças, idosos e de outras pessoas com patologias pulmonares.

A densidade registrada nesta quarta-feira é de 150 -250 microgramas de fumaça por metro cúbico de ar, o que significa um percentual 13 vezes maior do limite aceitável e recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), alerta a Defesa Civil. “Se isso perdurar por 24 horas, aumenta muito o risco de efeitos na saúde, aumenta para toda a população”, disse o coordenador da Defesa Civil, o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Militar do Acre, Cláudio Falcão ao ContilNet.

Foto: Reprodução

O sistema Purple Air, que controla os dados dos sensores que monitoram a qualidade do ar em Rio Branco, registra índices de um pico de 347 microgramas por metro cúbico (µg/m³) de material particulado, nesta manhã. A média do dia foi de uma concentração 220 µg/m³.. A Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que a quantidade de material particulado por metro cúbico (µg/m³) aceitável é de 15 a 25 microgramas. Quando o índice atinge mais de 12 µg/m³ em exposição prolongada já há risco à saúde.

Em comparação com o 7 de setembro do ano passado, no mesmo período, o céu de Rio Branco nesta quarta-feira está bem diferente. Em 2021, apesar do clima abafado, havia sol entre as nuvens e o nível de fumaça parecia menor. Este ano, não é exagero dizer que o clima, além de abafado, está irrespirável. 

A situação de risco à saúde por causa do fumaceiro já é registrada nas unidades no Pronto Socorro do Hospital de Base e nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA’s) de Rio Brabco, conforme revela o coordenador de uma delas, a da Sobral, Carlos Cardoso. Com base nos números fechados em agosto, ele revela que no mês o número de atendimentos de pessoas com queixas de problemas de saúde por causa da fumaça foi de 928 casos. “Nos primeiros dias de setembro já são mais de 100 atendimentos, principalmente de crianças”, disse Carlos Cardoso.

A fumaça sobre as cidades é o reflexo do que ocorre nas periferias e na zona rural, em áreas de mato, que estão sendo incendiadas. Um salto nos focos de queimadas foram registrados no início do mês de apenas cinco dias, quando 1.760 focos de fogo foram registrados. Em agosto, no mesmo período, foram apenas 33 focos. Os dados são captados diariamente através do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) com ajuda do satélite de referência Aqua.

O Acre é o quarto do país com maior número de focos, com 11,5% dos 15.345 registrados, ficando atrás apenas do Pará (4.889), Mato Grosso (2.583)e Amazonas (2.094), entre os dias 1 e 5 de setembro. Feijó é o município acreano recordista em incêndio, com 32% dos focos de fogo de todo Estado, que registrou 576 casos.

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