Sem o tradicional desfile cívico, Sena Madureira comemora, neste domingo, 118 anos de fundação

Neste domingo, 25 de setembro, a população de Sena Madureira está em festa. É que nesta data, o município comemora exatamente 118 anos de emancipação política. Segundo traços da história, sua fundação se deu no dia 25 de setembro de 1904, pelo general José Siqueira de Menezes – um herói da guerra de canudos que foi destacado para essas terras pelo Governo Federal.

Considerada a terceira maior cidade do estado do Acre, tem uma população estimada em 47.168 habitantes, conforme dados do IBGE.

Seu nome homenageia o coronel do Exército Brasileiro Antônio Senna Madureira, militar que participou da guerra do Paraguai e por quem Siqueira de Menezes nutria profundo respeito e admiração.

De acordo com Marcos Sampaio, Professor e estudioso da História de Sena, Siqueira de Menezes saiu de Manaus com esse destino no mês de junho de 1904 e enfrentou diversas dificuldades pelo rio Purus. “A viagem até aqui foi uma verdadeira epopéia. Siqueira de Menezes trouxe consigo as forças militares e alguns civis. Foi uma viagem sem incidentes, porém, com muitas dificuldades dadas às condições do rio”, relembrou.

No dia 24 de setembro, segundo reza a história, 50 trabalhadores começaram a limpeza nas terras do então seringal Santa Fé e o levantamento de um tapiri de 5 metros quadrados para a cerimônia de fundação. Esse Tapiri foi justamente onde funcionou a primeira Prefeitura de Sena Madureira. A cerimônia oficial do dia 25 contou com cerca de 200 pessoas.

Com o passar dos anos, Sena Madureira foi ganhando destaque entre os demais municípios, sendo, inclusive, sede do Tribunal de Apelação bem como a capital do Departamento do Alto Purus. Além do Iaco, a cidade também é agraciada com os rios Purus, Caeté e Macauã – e vários ramais. Grande parte de sua população reside na zona rural.

Sua formação populacional sofreu grande influência de pessoas vindas de outras regiões do Brasil, especialmente do Nordeste. Atraídos, à época, pela produção da borracha e fugindo de uma seca que teimava em não terminar, muitos cearenses se estabeleceram em terras de Sena Madureira, deixando por aqui seus descendentes.

O município figurou, em décadas passadas, como um dos maiores produtores de borracha do Acre, onde muitos moradores se encontravam embrenhados nos seringais, em localidades de difícil acesso distantes vários dias do porto da cidade. Com a desvalorização da borracha, a grande maioria abandonou os seringais, passando a residir na zona urbana.

“Sena Madureira é uma cidade que está no meu coração”, diz o comerciante Edgar Matos

O comerciante Edgar Matos, 73 anos de idade, nasceu e se criou em Sena Madureira. Aqui, ele constituiu família e acompanhou, a viva-voz, o crescimento da cidade, desde os tempos mais difíceis até os dias atuais.

Edgar Matos. Foto: cedida

Trabalhando há mais de 50 anos no comércio local, ele diz que tem orgulho de ser senamadureirense. “Sena Madureira é uma cidade que está no meu coração, terra de um povo acolhedor. Que Deus abençoe a nossa cidade”, comentou.

Sena comemora 118 anos com a obra da ponte do Segundo Distrito em andamento

As centenas de famílias que residem no Segundo Distrito da cidade, distribuídas entre os Bairros Niterói, São Francisco e Quintal Florestal tem um motivo a mais para comemorar. O Governo do Estado, por meio do Deracre, já começou a construção da ponte do Segundo Distrito, uma obra que vai tirar de vez os moradores do isolamento.

No ano passado, em entrevista ao Contilnet, a dona de casa Raimunda Muniz, residente no Bairro São Francisco, disse que seu maior sonho era ver essa ponte sendo erguida. Hoje, ela demonstra felicidade em razão dos trabalhos que estão acontecendo. “Graças a Deus e ao nosso governador Gladson Cameli, esse sonho está se transformando em realidade. O nosso Bairro tem mais de 100 anos de existência e nunca tinha sido visto pelos governantes. Parabéns Sena Madureira, parabéns a todos do Segundo Distrito”, destacou.

Raimunda Muniz sendo entrevistada pelo ContilNet. Foto: cedida

Em anos anteriores, por conta da pandemia da covid-19, não ocorreu o desfile cívico das Escolas e instituições que, historicamente, é uma tradição da cidade. Neste ano, mesmo com a diminuição significativa dos casos de covid, a Prefeitura decidiu não realizar o desfile, alegando que está promovendo a Exposena, evento que, segundo a administração municipal, demanda um esforço concentrado da equipe.

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