A eleição para a Presidência da República, que se encerrará neste domingo (30/10), movimentou R$ 236 milhões, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O valor, apesar de parcial, já supera o montante gasto em 2018, que foi de R$ 218 milhões.
A maior parte do montante refere-se a despesas com publicidade e promoção de conteúdo nas redes sociais.
Os postulantes têm até 1º de novembro para prestar contas do primeiro turno da eleição. Para o segundo, o prazo vai até 29 de novembro, 30 dias após o pleito.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera o ranking, com R$ 88,1 milhões investidos na campanha. Do total, R$ 25,9 milhões para contratação de uma empresa de produção audiovisual. Outros R$ 11,4 milhões tiveram como destino anúncios, divididos entre R$ 10,4 milhões para o Google e R$ 1,05 milhões para o Facebook.
Em comparação com a eleição passada, o petista gastou quase o dobro do colega de partido, Fernando Haddad (PT), que totalizou R$ 37,5 milhões em 2018.
Jair Bolsonaro (PL), que desembolsou R$ 42,4 milhões, também investiu mais na produção de conteúdo em vídeo (R$ 10,3 milhões). Um total de R$ 8,1 milhões foi direcionado ao Partido Liberal, responsável pela contratação de serviços diversos.
No último pleito, as despesas de campanha do atual mandatário ficaram em apenas R$ 2,4 milhões. O campeão daquele ano foi Henrique Meirelles (MDB), que gastou R$ 57 milhões, seguido de Geraldo Alckmin (PSDB), com R$ 53 milhões.
Apesar da bolada investida, nenhum chegou ao segundo turno.
Nas eleições deste ano, Ciro Gomes (PDT) desembolsou R$ 35 milhões; Simone Tebet, R$ 33 milhões; e Soraya Thronicke, R$ 30 milhões.
Fontes de receita da eleição
Lula também ficou à frente de Bolsonaro no valor arrecadado para a campanha. Foram R$ 126,8 milhões recebidos, sobretudo da direção do partido. A sigla investiu R$ 122,16 milhões no petista, o equivalente a 96% do total.
A segunda principal fonte de renda da campanha nesta eleição veio do financiamento coletivo, que angariou R$ 1,95 milhões para promover a candidatura de Lula.
Entre os doadores individuais, em primeiro lugar está Altair Vilar, empresário e ex-vereador mineiro que investiu R$ 600 mil. Em segundo, está a ex-CEO do Itaú Beatriz Sawaya, que doou R$ 150 mil.
A principal fonte de renda de Bolsonaro também foi o diretório do seu partido, com R$ 17,03 milhões. Em segundo lugar, vem o advogado e pastor evangélico Fabiano Campos Zettel, que, sozinho, doou R$ 3 milhões. A ajuda única chegou após o primeiro turno, em 10 de outubro.
Outros empresários, como o dono da Localiza Aluguel de Carros, Fabiano Campos Zettel; o proprietário do grupo Amaggi, Hugo de Carvalho Ribeiro; e o dono da Havan, Luciano Hang, bancaram, juntos, R$ 4,02 milhões em doações ao mandatário do país.
Menores gastos
Na outra ponta do ranking, três candidatos à Presidência da República tiveram gastos inferiores a R$ 1 milhão nesta eleição. Sofia Manzano (PCB) foi quem menos investiu, de acordo com os dados que constam no sistema do TSE até o momento. Ela declarou ter desembolsado apenas R$ 2,4 mil na campanha.
Ao todo, Mazano recebeu R$ 22,3 mil, a maioria dos recursos — R$ 19 mil — vindo de financiamento coletivo. O prazo para prestação de contas do primeiro turno vai até 1º de novembro.
O candidato Constituinte Eymael, do Democracia Cristã, somou R$ 383,9 mil em recursos investidos na campanha.
Ele gastou R$ 116 mil na locação de um veículo, R$ 75 mil para a produção de vídeos, e R$ 90 mil em serviços de contabilidade e marketing. Eymael, que concorreu pela quinta vez em uma eleição ao Planalto, recebeu R$ 1,1 milhão dos diretórios nacional e estadual da legenda.
Fechando o grupo de presidenciáveis que menos gastaram, está Vera Lúcia (PSTU), com R$ 903,5 mil. A maior parte do valor foi destinado à contratação de serviços gráficos. Ela teve R$ 1,3 milhão de recursos disponíveis, montante transferido do partido, de doações de pessoas físicas e financiamento coletivo.