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Conheça a acreana que atuou na linha de frente da pandemia

Por MARIA FERNANDA ARIVAL, DO CONTILNET

Foto: Arquivo pessoal

A chegada da pandemia de Covid-19, além de ter assustado logo no início, pegou muitas pessoas de surpresa, principalmente por ser uma doença desconhecida, mas para médicos como a dra. Natália Moreira, a pandemia foi, além de tudo, um processo de aprendizagem. Natália é natural de Sena Madureira, no interior do Acre, mas fez sua formação em medicina na Universidad Nacional Ecologica (Une), na cidade de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia.

Formada em 2017, dra. Natália precisou atuar na linha de frente da pandemia poucos anos após sua formação. “Comecei a atuar na linha de frente em Minas Gerais, quando começou a pandemia, mas eu logo retornei para o Acre. A covid fez a gente refletir em algumas coisas, inclusive na família da gente e como eu perdi um amigo da área da saúde, decidi voltar para ficar perto dos meus, a gente precisa cuidar de quem a gente ama”, conta a médica.

Natália com os pais na sede do CRM Acre. Foto: Arquivo pessoal

Natália conta que trabalhar na linha de frente da pandemia foi difícil, visto que a doença pegou todos de surpresa, além de ver todas aquelas pessoas saudáveis que, de repente, ficavam internadas semanas ou meses para tentar se recuperar.

“Ninguém sabia como lidar com a covid, então os estudos não paravam, analisamos várias revistas em outros idiomas, de países que são referência, para tentar achar o melhor caminho. Teve também as fake news, às pessoas com medo. Trabalhar durante esse período era sob pressão, adrenalina o tempo todo, mas é satisfatório ver uma pessoa de alta hospitalar, saber que fez a diferença na vida de alguém. Devolver uma mãe, um pai ou um filho de alguém para casa é satisfatório”, relembra dra. Natália.

Além disso, a médica conta também que a medicina não é “dois mais dois”, pois um medicamento que funciona com um paciente, pode não funcionar com outro, mas que além de trabalhar a medicina e a ciência, o profissional trabalha também a fé.

Nos anos anteriores à pandemia, a médica trabalhou em diversos estados como Mato Grosso, onde fez o revalida na Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), na Bahia, onde fez a prova do revalida, Angra dos Reis (RJ), onde fez especialização em medicina da família e Minas Gerais.

Trabalho em Angra dos Reis (RJ). Foto: Arquivo pessoal

“Hoje eu trabalho em Sena Madureira, Manoel Urbano e Rio Branco. A medicina tem que trabalhar com amor, não com dinheiro. São 14 anos com a medicina, é uma vida. Eu quero abrir uma ONG para ajudar os ribeirinhos e quero fazer a diferença no nosso Estado”, explica.

Itinerante Iaco, em Sena Madureira. Foto: Arquivo pessoal

Telemedicina

Com a tecnologia avançando cada vez mais, a telemedicina faz uso da telecomunicação para acompanhar pacientes que residem em locais distantes do profissional. No Acre, a telemedicina foi implantada e, segundo a médica, tem ajudado muitos pacientes, principalmente do interior do Acre que não possuem condições financeiras para se deslocar até a capital, além da diminuição das filas de espera.

UBS em Sena Madureira. Foto: Arquivo pessoal

“O projeto da telemedicina aqui é em parceria com o Hospital Albert Einstein, um dos melhores hospitais da América Latina, e tem ajudado os ribeirinhos, as pessoas que vivem nas colônias e até mesmo que vivem na cidade, que precisam esperar meses e se deslocar para Rio Branco, agora podem ser atendidas pela telemedicina, com diversos especialistas”, explica a médica.

Ribeirinhos. Foto: Arquivo pessoal

Revalida

A profissional relembra o processo para fazer o revalida e tirar o CRM, que é o número de registro do médico no Conselho Federal de Medicina, necessário para formados em faculdades no exterior do Brasil, como a Bolívia, país vizinho em que muitos acreanos buscam para estudar.

“A medicina é igual em qualquer país, são os mesmos livros, a diferença é que estão em outro idioma, você precisa ser fluente para entender o conteúdo, mas a medicina é a mesma. Para fazer o revalida, eu já estava me preparando durante a graduação para fazer a prova, e eu digo que é preciso trabalhar o nervosismo, pois na prova teórica e prática, você lembra de tudo que estudou”, explica dra. Natália.

Na tarde desta terça-feira (18), as médicas Natália Moreira e Bruna Pantoja conversam com o ContilNet em uma live especial em alusão ao Dia do Médico. Acompanhe através do Instagram do ContilNet Notícias, às 15h.

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