Um crime de lesbofobia com agravante de agressão física foi registrado contra a jovem Yasmim Witória, no município de Santa Rosa do Purus, no interior do Acre, na noite desta sexta-feira (7). O caso foi relatado pelo advogado da vítima, Júlio Moreira, nas redes sociais, onde ele afirmou ter ligado para a guarnição da polícia, que alegou não ter como prender o agressor, pois não havia presenciado o crime.
De acordo com o advogado, a agressão aconteceu em duas situações, a primeira na casa de uma amiga da vítima. Ele conta que um grupo de amigos estava em um bar da cidade quando um rapaz teria apontado o dedo para Júnior, amigo de Yasmim, deixando a situação desconfortável. Ao saírem do bar, o grupo de amigos, incluindo Witória, o amigo Júnior e o outro rapaz, foram para a casa de uma amiga em comum chamada Késia, e ao entrarem na residência, o rapaz que havia apontado o dedo no bar, teria tentado agredir Júnior, sendo impedido por Witória que acabou levando um tapa.
Quando estavam saindo, um rapaz chamado Wellington teria empurrado Witória que acabou caindo e foi chamada de “sapatão”, um segundo homem deu um soco na vítima derrubando-a novamente.
Witória e os amigos saíram do local. Ela conta que estava em uma parada de ônibus quando o suposto agressor foi afrontá-la, chamando-a de sapatão diversas vezes, dizendo que ela “queria ser homem” e tentou agredi-la fisicamente novamente, mas foi contido por outras pessoas.
Os amigos da vítima chamaram a polícia e quando Wellington viu a viatura, se escondeu na casa de Késia, e segundo o advogado, quando Witória levou os policiais até a residência onde ele estava, os militares teriam dito que não poderiam entrar na casa pois não haviam presenciado as agressoões.
Ao ContilNet, Júlio Moreira destacou que a atitude da polícia diverge da legislação brasileira e cobrou mais uma vez que os policiais também sejam punidos.
Um boletim de ocorrência foi registrado na manhça deste sábado (8).
“Eu repudio veementemente esse tipo de conduta criminosa. Mesmo com tantas leis protecionistas à LGBTQIA +, ainda assim, nos deparamos em nossos cotidianos com esses casos. Principalmente em cidades do interior, onde esses crimes são velados e os praticantes agem de forma como se fossem “normais”. Além do mais, nosso policiamento é fraco, despreparado e arbitrário, tornando a situação pior no que tange a apuração bem como a coibição desses delitos. Espero que em um futuro próximo, todos nós entendamos que não se sustenta mais no século XXI quaisquer tipos de crime de ódio relacionado ao sexo ou gênero”, completou o advogado Júlio Moreira