Com que frequência você higieniza os frascos de temperos guardados na sua cozinha? Um novo estudo feito na Universidade de Rutgers, nos Estados Unidos, mostra que eles podem ter mais microrganismos do que tábuas de carne e latas de lixo.
Muitas pessoas têm o hábito de guardar os recipientes de especiarias próximo ao fogão, ao alcance das mãos para uso rápido quando vão temperar carnes cruas, mas não se atentam ao risco de contaminação cruzada, aumentando o risco de doenças como a salmonella.
O estudo, encomendado pelo Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), foi publicado em setembro na revista científica Journal of Food Protection.
Os pesquisadores da Escola de Ciências Biológicas e do Meio Ambiente da universidade norte-americana fizeram testes com 371 adultos que deveriam cozinhar uma receita de hambúrguer de peru em diferentes modelos de cozinha.
Os cientistas contaminaram propositalmente a carne usada no preparo com o bacteriófago MS2, um tipo de vírus que infecta bactérias mas é inofensivo para os seres humanos. O intuito era avaliar a circulação dos microrganismos em superfícies e utensílios dispostos em diferentes posições.
Eles ficaram surpresos em descobrir que 48% dos frascos de tempero estavam contaminados e continham mais microrganismos do que as tábuas de carne e as tampas de lixeiras, que apareceram na sequência. As torneiras abrigavam a menor quantidade de bactérias.
“A maioria das pesquisas sobre a contaminação cruzada de superfícies de cozinha devido ao manuseio de carne crua ou aves se concentrou em tábuas de corte de cozinha ou torneiras, negligenciando superfícies como recipientes de especiarias, tampas de lixeiras e outros utensílios”, disse o professor e coautor do estudo Donald Schaffner, em um comunicado.
Schaffner ressaltou ser possível prevenir a contaminação com o manuseio correto dos alimentos, incluindo a higiene adequada das mãos, das superfícies que entram em contato com o alimento e o cozimento correto dele.