Uma das maiores descobertas arqueológicas de todos os tempos, a abertura da tumba de Tutancâmon completou, nesta semana, seu centenário. O túmulo, que levou seis anos para ser encontrado por arqueólogos britânicos no dia 4 de novembro de 1922, segundo informou a emissora alemã Deutsche Welle, é cercado de histórias e curiosidades. Veja abaixo algumas delas separadas pelo GLOBO.
Tesouros
A abertura da tumba em novembro de 1922 e noticiada em todo o mundo. O arqueólogo Howard Carter, do Reino Unido, precisou, antes, de outras seis escavações para chegar até o túmulo. A equipe do pesquisador encontrou a sepultura intacta no Vale dos Reis, no Alto Egito. O sítio arqueológico fica na cidade de Luxor.
Para a surpresa do grupo de estudiosos, havia um tesouro em perfeito estado distribuído pelas cinco salas do túmulo. Ao todo, eram 4.500 objetos, dentre móveis, joias e estatuetas. Alguns deles eram feitos de ouro maciço.
A sepultura do faraó, que morreu aos 19 anos de idade, é a única do antigo Egito com um tesouro dentro. Ele morreu, aproximadamente, em 1324 a.C.
Caixão de ouro maciço
Além dos artigos de ouro, também foi encontrada pelos arqueólogos uma cama de madeira banhada pelo metal precioso. Estima-se que o sarcófago de quartzito vermelho tinha três caixões encaixados. O último deles, que abrigava a múmia de Tutancâmon, teria 110 kg de ouro maciço.
Apesar disso, a peça mais importante dentre todos os achados foi uma máscara funerária, também de ouro. Reconhecido internacionalmente, o artigo pesa mais de 10 kg e tem pedras como lápis-lazúli encrustradas na superfície.
Árvore genealógica
Depois de uma série de pesquisas, foi identificado que o pai do jovem Tutancâmon era o faraó Akhenaton, que reinou entre o período de 1351 e 1334 a.C. Ele, por sua vez, era casado com a rainha Nefertiti. Apesar da união, ela não é a mãe de Tutancâmon.
As evidências mostram também que os pais de “Tut”, como era conhecido, possivelmente eram irmãos, já que as múmias encontradas apresentam consanguinidade. O jovem faraó teria se casado ainda com sua meia-irmã, Ankhsenpaamon. À época, essa prática era comum.
Maldição do faraó
Os pesquisadores acreditam que o tesouro, no entanto, continha uma espécie de maldição. Essa teoria começou a ser difundida logo depois da abertura, em especial pelo fato de um dos patrocinadores da descoberta, Lord Carnavon, ter morrido em abril de 1923. Ele estava presente na escavação e, após ter uma ferida infeccionada, foi diagnosticado com septicemia, uma infecção generalizada causada por microrganismos patogênicos, como fungos, bactérias ou vírus.
Além de Carnavon, outras mortes também aconteceram tempos depois. Carter, a pessoa responsável por encontrar o túmulo, morreu de câncer em 1939, quando estava com 64 anos. Ele ainda não tinha terminado a publicação de seu trabalho sobre a tumba, apesar de ter passado dez anos classificando o tesouro.