Além do PT, Bolsonaro enfrentou brigas familiares nos bastidores da campanha

Não foi apenas a falta de votos, com uma diferença estimada em 2 milhões, o fator determinante para a derrota na disputa pela reeleição do presidente Jair Bolsonaro na disputa em segundo da eleição presidencial do último domingo, dia 30 de outubro. Informações extraídas do portal UOL dão conta que, além da forte campanha de seu adversário Luís Inácio Lula da Silva, outro fator para a derrota do presidente foi uma briga interna entre familiares de Bolsonaro, envolvendo a primeira dama Michele e três dos quatros filhos homens do presidente.

As brigas familiares ocorreram ao longo da campanha. As principais discussões foram entre Carlos Bolsonaro, o chamado 02, conforme o presidente trata os filhos pela numeração, e a primeira-dama Michele. Também houve desentendimento entre Carlos, Flávio (01) e Eduardo (03), os quais, de acordo com o UOL, abalaram, nos bastidores, momentos importantes da disputa presidencial. Nos últimos dias, a briga entre Carlos e Michelle acabou se tornando pública, quando a imprensa anunciou que Michelle não seguia as redes sociais de Jair Bolsonaro e vice-versa.

A explicação da primeira-dama foi que isso ocorria em face de as contas não serem administradas pelo marido. “Conforme o Jair explicou em várias ‘lives’, quem administra as contas não ´ele”, escreveu ela no Instagram. Isso ocorreu no início de outubro. No entanto, os dois vêm em guerra desde a viagem para o funeral da rainha Elizabeth 2ª, em setembro. Na ocasião, Michelle e Carlos discutiram pelo protagonismo e proximidade junto a Jair Bolsonaro. Há algum tempo, a primeira-dama tinha restringido a presença de Carlos no Palácio da Alvorada e o filho “02” andava irritado com isso. Carlos, por sua vez, também estava incomodado com a presença e uso de uma equipe de marketing na campanha. Ele queria reeditar o que, na opinião dele, funcionou em 2018. Entre essas e outras questões, os dois se desentenderam na ocasião.

O clima bélico chegou a um ápice na última semana antes da eleição, quando Carlos estava em uma reunião no Palácio da Alvorada com o pai e outros integrantes da campanha e Michelle pediu a alguém que informasse a ele para se retirar do local, recordando que ela tinha pedido, anteriormente, que Carlos não frequentasse a residência oficial. Carlos foi embora, mas se enfureceu e decidiu não acompanhar mais o pai no debate da Globo, marcado para aquela sexta-feira, 28 de outubro.
Após o debate, os interlocutores mais próximos de Bolsonaro ficaram frustrados ao avaliar que, apesar de todo o preparo, o presidente tinha ficado abalado com a ausência do filho naquele momento. Bolsonaro chegou a tremer ao falar e, ao final, pediu votos para mais um mandato de “deputado federal”, em um ato falho. Por essas razões, os interlocutores do presidente não se surpreenderam com a nova ausência de Carlos no pronunciamento de Jair Bolsonaro na terça-feira (1º).

O “02” voltou ao Rio de Janeiro para reassumir o mandato de vereador após uma após uma licença para atuar na campanha do pai. Carlos é o mais conhecido pela atuação nas redes sociais e está sem postar nada desde momentos antes do resultado da eleição, há uma semana, em 30 de outubro. Carlos nem sequer endossou publicamente, como os irmãos, as manifestações antidemocráticas contra o resultado das eleições. Outra ausência notada no pronunciamento sobre a derrota foi a do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Na segunda-feira (31), um dia antes do discurso de Bolsonaro, Flávio publicou em suas redes sociais uma mensagem em que não questionava o resultado da eleição. O filho mais velho de Bolsonaro agradeceu pelos votos e disse, entre outras coisas, para “erguer a cabeça”, “não vamos desistir do nosso Brasil!”. Horas depois, postou a mensagem: “Pai, estou contigo pro que der e vier”. Interlocutores relataram à coluna que a primeira mensagem desagradou aos irmãos. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) defendia a radicalização e o questionamento às urnas, coisa que havia meses Bolsonaro vinha fazendo. Flávio defendeu algo no meio do caminho e acabou gerando insatisfação. Flávio e Carlos Bolsonaro também estavam se desentendendo havia meses. Enquanto o senador transitava melhor na cúpula do PL e atuava como coordenador da campanha, Carlos criticava o tempo todo a equipe e isso acabou gerando insatisfação. Flávio e Carlos Bolsonaro também estavam se desentendendo havia meses. Enquanto o senador transitava melhor na cúpula do PL e atuava como coordenador da campanha, Carlos criticava o tempo todo a equipe defendida pelo irmão.

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