Anatel define meta ousada para velocidade média da banda larga até 2027

Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) divulgou nesta semana o seu Plano Estratégico 2023-2027. Para os próximos cinco anos, a agência reguladora estipulou metas bem ousadas no que diz respeito à velocidade de banda larga.

Segundo o órgão regulador, a meta é de que até 2027 a velocidade média da banda larga seja de 1 Gb/s. Além disso, o plano estratégico contempla outras metas, como a disponibilização do 5G SA para mais da metade da população.

Velocidade média do país ainda é baixa

Velocidade média da banda larga no Brasil fica abaixo de 300 Mb/s

Aumentar a velocidade média da banda larga para 1 Gb/s é uma meta bastante ousada. Só para você ter uma ideia, em setembro de 2022, segundo as informações do painel de dados da Anatel, a velocidade média do país é de apenas 239,5 M/s. Menos de ¼ da meta estabelecida para 2027.

Atualmente, os estados brasileiros que apresentam as maiores velocidades médias ficam nas regiões Norte e Nordeste. Em primeiro lugar aparece o estado de Roraima, com 369,78 Mb/s de velocidade média. Em segundo lugar está o Piauí, com 315,54 Mb/s e em terceiro lugar aparece o estado de Amazonas, com velocidade média de 306 Mb/s.

Na outra ponta do ranking, ou seja, dos estados com menor velocidade média, figuram três unidades federativas do Nordeste. Em antepenúltimo lugar está a Paraíba, com 179,3 Mb/s. Em penúltimo lugar está a Bahia, com 172,43 Mb/s e em último lugar está o estado de Sergipe, com apenas 149,34 Mb/s de velocidade média na banda larga.

A região mais rica e populosa do país, a Sudeste, fica no meio termo, assim como o Distrito Federal. Veja as velocidade médias de cada um dos estados dessa região e o Distrito Federal:

  • Espírito Santo: 230,03 Mb/s;
  • Minas Gerais: 252,97 Mb/s;
  • Rio de Janeiro: 260,3 Mb/s;
  • São Paulo: 265,57 Mb/s;
  • Distrito Federal: 283,09 Mb/s.

Planos de 1 Gb/s de velocidade ainda são raros e caros

Internet 1 Gb/s
Planos de internet com 1 Gb/s de velocidade são caros ou difíceis de encontrar

A baixa média de velocidade da banda larga no Brasil tem uma boa parcela de culpa das operadoras. As principais operadoras do país, como Claro, Oi, Sky, TIM e Vivo, possuem planos cuja velocidade média não difere muito da velocidade média nacional. Só a título de curiosidade, a velocidade média dos planos das operadoras é de 240,98 Mb/s.

Atualmente, algumas operadoras até disponibilizam planos de 1 Gb/s de velocidade. Mas ou eles possuem preços proibitivos ou possuem baixa cobertura. A Claro, por exemplo, possui planos com 1 Gb/s com preços que partem de R$ 299,90 ao mês em algumas localidades. É um valor alto para a maioria das pessoas. Em contrapartida, o plano com 500 Mb/s custa apenas R$ 129,90. Este é um preço que já está dentro da realidade da maioria dos brasileiros.

Fibra óptica
Muitos usuários ainda não tem acesso à internet por fibra óptica

Além disso, em algumas capitais, como no Rio de Janeiro, a Claro ainda utiliza a antiga infraestrutura da NET. Ou seja, nada de fibra óptica, apenas cabos coaxiais. As outras operadoras até já atualizaram as suas estruturas para fibra óptica, mas cobram preços ainda mais caros.

A Vivo é a operadora com preços mais altos. O plano de 1 GB/s custa R$ 499,99. Um preço bem proibitivo. Já o plano de 600 Mb/s, que já atende a maioria dos usuários, custa apenas R$ 149,99 na maior parte dos estados.

Das quatro principais operadoras que trabalham com internet de fibra óptica, as que cobram os melhores preços são a TIM e a Oi. A operadora italiana cobra, em média, R$ 161,50. Já a Oi possui planos a partir de R$199,90. A desvantagem é que a cobertura das duas empresas ainda é muito baixa.

Outras metas da Anatel

Obviamente que para as operadoras conseguirem entregar maiores velocidades e com preços mais acessíveis, a Anatel precisa oferecer boas condições de operação. Por isso, uma das metas contidas no plano estratégico é expandir a infraestrutura de maneira significativa.

O órgão tem o objetivo de até 2027 expandir a rede de acesso em fibra óptica para 100% dos municípios brasileiros. Outra meta ousada é a disponibilização do 5G puro, ou seja, o 5G Standalone, para 57% da população brasileira. A agência ainda listou outras metas:

  • Impulsionar o cumprimento de excelência da velocidade contratada de 78,28% para 87% até 2027;
  • Elevar o nível de satisfação geral dos consumidores da Banda Larga Fixa de 6,9 para 7,5 até 2027;
  • Elevar o nível de satisfação geral dos consumidores da Telefonia Móvel de 7,6 para 8,1 até 2027.

Espero que o órgão realmente consiga cumprir todas essas metas nos próximos 5 anos.

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