O avanço das conversas do União Brasil com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que o partido integre a base do governo e, consequentemente, tenha espaço na Esplanada dos Ministérios, tende a isolar o senador eleito Sergio Moro (PR), avaliam integrantes da sigla.
À CNN, lideranças do União Brasil disseram que tanto o ex-juiz quanto sua mulher, a deputada eleita Rosangela Moro (SP), hoje são minoria dentro da sigla, ao optar por fazer oposição a Lula.
O entendimento interno é que uma pequena parte da legenda decida não aderir à base do governo petista. Nesse grupo também estaria o deputado reeleito Kim Kataguiri (SP).
Dentro do União, segundo relatos feitos à CNN, não haverá qualquer tipo de retaliação ao casal Moro, mas a avaliação de integrantes do partido é a de que, assim que for formalizada a adesão à base de Lula, o ex-juiz e a mulher façam um movimento para deixar a legenda.
Embora Lula tenha tido uma primeira conversa com o União Brasil nesta terça-feira (29), interlocutores do presidente eleito e do líder do partido na Câmara, deputado Elmar Nascimento (BA), e do senador Davi Alcolumbre (AP), classificaram o encontro como “ótimo”.
A perspectiva é a de que o partido, que nasceu da fusão do DEM com o PSL, assuma o comando de um importante ministério.
Neste momento, o União Brasil é considerado peça fundamental pelo governo eleito para que seja aprovada a proposta de Emenda à Constituição (PEC) que tira o Bolsa Família do teto de gastos.
À frente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Alcolumbre tem atuado como um importante articulador para que o Congresso chegue a um texto de consenso e a PEC seja aprovada de maneira célere.