Ícone do site ContilNet Notícias

Artigo: Academia Acreana de Letras completa 85 anos

Por DRA. LUÍSA KARLBERG*

Hoje, 17 de novembro de 2022, a nossa Academia Acreana de Letras completa 85 anos. Academia Acreana de Letras é a Casa da Memória, sítio onde o passado se faz presente, graças ao poder da palavra, o presente será a memória do passado e a construção do futuro. Essa Casa tem sido esquecida pelos governos que passaram pelo Acre, até então não tem sede.  Todavia concentra o maior número de intelectuais que tem habitado o Estado do Acre.

Essa palavra ACADEMIA têm origem na Grécia Antiga, provindo de uma escola instalada em Atenas, no ano de 386 a.C., por Platão. O filósofo havia sido, traiçoeiramente, vendido como escravo pelo rei Dioniso I. libertado por  Aniceres, que pagou o preço do resgate e depois recusou a quantia de três mil dracmas cotizadas por amigos de Platão para ressarcir o comprador. Então, esses amigos utilizaram o dinheiro para comprar uma espécie de chácara, situada no subúrbio de Atenas. Lá existia um jardim dedicado a um herói ateniense, por nome Akademos, Em homenagem a Akademos, deram ao sítio o nome de Academia. “Ali fundou Platão” a universidade que estava destinada a ser o centro intelectual da Grécia durante novecentos anos. A partir de então, muitas academias foram fundadas, mas tiveram vida efêmera.  As academias de letras modernas começaram a surgir com a fundação da Academia Francesa, no século XVII, em Paris, pelo Cardeal Richelieu, todo-poderoso no reinado de Luís XIII. Richelieu elaborou o estatuto, e fixou o número de acadêmicos – quarenta – que se tornou padrão de quase todas as academias congêneres. No Brasil houve diversas academias no período colonial, todas de vida efêmera.

O mundo da literatura e das letras é fantástico, basta uma gota de literatura para iluminar todo um século, pois este mundo nos permite navegar por muitos mares. A esse respeito sempre é bom ouvir a voz de grandes literatos:

Mário Quintana  – Esses que puxam conversa sobre se chove ou não chove – não poderão ir para o Céu! Lá faz sempre bom tempo.

Fernando Pessoa – “A literatura, como toda arte, é uma confissão de que a vida não basta”.

Machado de Assis – “Não importa ao tempo o minuto que passa, mas o minuto que vem.”

Goethe – O declínio da literatura indica o declínio de uma nação”.

Salamah Mussa – Não é a beleza mas sim a humanidade o objetivo da literatura”.

Émile Zola – “Os governos suspeitam a literatura porque é uma força que lhes escapa”.

Max Frisch – “A literatura pode ser uma boa terapia pessoal, uma espécie de psicanálise na qual não se paga um psicanalista”.

Roland Barthes – “A literatura não permite caminhar, mas permite respirar”.

Cesare Pavese – “A literatura é uma defesa contra as ofensas da vida”.

Adrian Frutiger – “As páginas mais belas de um texto são aquelas em que todas as letras compõe uma unidade em perfeita harmonia”.

Perboyre Sampaio – “Quando um texto nasce, já cumpriu sua principal função: harmonizar a alma de quem o criou”.

Saunders Lewis – “Está claro que o “homem comum” não pode entender o extraordinário, exceto na plenitude do tempo; e o extraordinário é a essência da literatura”.

Fernando Pessoa – “A literatura torna o mundo real, dando-lhe forma e permanência”.

Neste dia de hoje a Academia ganha, na sua história, exemplos de que a literatura eleva os seres humanos. Recordemos o grande escritor Alexandre Herculano “O amor do poeta é maior que o de qualquer homem, porque é imenso como o ideal que ele compreende, eterno, como o seu nome, que nunca perece”, frase que poderá ser complementada pelo pensamento do Padre Antônio Vieira, “O livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive”.

A Academia Acreana de Letras – AAL, nesta data natalícia, agradece o esforço e a resistência dos intelectuais que a tem mantido viva, com respeito às letras, aos escritores, poetas, romancistas, novelistas e todos os imortais que fazem da AAL uma casa de sabedoria, que guarda a memória e a história de gerações passadas para gerações futuras.

Dra. Luísa Karlberg é presidente da Academia Acreana de Letras

Sair da versão mobile