Criado em 2016, um grupo de mães de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) se reuniam como uma rede de apoio de conversas e trocas de experiências, chamado Mundo Singular. Essas reuniões evoluíram para um sonho: criar um espaço para atendimentos especializados para o tratamento das crianças autistas.
Esse sonho só foi possível ser realizado em 2022, após 2 anos de planejamentos que foram interrompidos pela pandemia de Covid-19. Segundo a presidente da Associação, Sheila Amaral, ela entrou no grupo em 2019, com o diagnóstico do filho e após conversas com as outras mães, foi surgindo uma necessidade de organizar alguma forma, pois só a rede de apoio não estava tendo o efeito que queriam.
“Quando entrei as outras mães já estavam nessa busca, mas quando decidimos organizar, nós começamos a correr atrás da prefeitura e de parceiros onde pudéssemos ser um acolhimento, mas veio a pandemia e em 2020 e 2021 nosso sonho ficou guardado, mas não esquecido”, explica Sheila.
Dessa forma, a Associação Mundo Singular foi criada e regularizada, com criação de CNPJ e conta em banco. “Criamos a associação, onde pudéssemos regularizar e buscar parcerias, sejam elas públicas ou privadas, através da sociedade civil de uma forma geral. Primeiro nós legalizamos para que ela pudesse caminhar e proceder da melhor forma”, diz a presidente da associação.
De acordo com Sheila, o grupo de mães continuou buscando as prefeituras dos municípios de Brasileia e Epitaciolandia, visto que ainda sentiam necessidade de terapias e atendimento básico, como psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeuta e terapeuta ocupacional com integração sensorial.
“Nós vimos a possibilidade de organizar um espaço, que nós começamos a correr atrás desse espaço, fomos até a prefeitura de Brasileia, que nos cedeu um espaço, mas que só tinha uma sala, então buscamos a Igreja Católica que nos doou as divisórias para organizarmos duas salas, mas ainda assim, faltava o material, então nós fizemos uma campanha de doação e depois montamos uma rifa”, explica Sheila.
Com a arrecadação do dinheiro na rifa e com as doações, a associação conseguiu montar três salas e atualmente conta com atendimento para mais de 50 crianças dos municípios do Alto Acre, sendo eles Brasileia, Epitaciolandia, Xapuri e Assis Brasil.
Como participar
A presidente da associação contou que para a criança participar dos atendimentos, o responsável legal da criança precisa estar associado. No ato da inscrição, o novo associado paga um valor de R$70,40 e depois paga R$24,24 como mensalidade para manter o espaço, material de limpeza e consumo.
“Nós conseguimos junto com os profissionais fazer um pacote de baixo custo. Se a pessoa pegar um pacote de três sessões semanais, ela paga R$105,00, se for duas sessões semanais paga R$90,00 e se for uma sessão semanal, o valor fica R$55,00. Esse valor não é pago para a associação, é diretamente para cada profissional que aquela criança for atendida. A associação não recebe nem um custo desse profissional é apenas um serviço dele nesse preço baixo custo”, explica a presidente.
Atualmente a associação conta com 2 psicólogas, 2 fonoaudiólogas e 1 atendente terapêutica. A inauguração aconteceu no dia 20 de outubro e os atendimentos iniciaram no dia 7 de novembro.
Para se associar, é necessário que o responsável legal leve o laudo da criança, documentos pessoais do responsável e da criança, além de comprovante de endereço.
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