“Fico pensando que privilégio de Rio Branco em ter um prefeito como você”, disse, nesta segunda-feira (7), em seu gabinete, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), ao receber em audiência o prefeito da capital acreana, Tião Bocalom. Ricardo Nunes era o vice-prefeito da cidade de São Paulo e assumiu a titularidade do cargo com a morte do prefeito Bruno Covas, que morreu em maio de 2021, vítima de um câncer no sistema digestivo.
De acordo com o prefeito da capital paulista, seu colega Tião Bocalom é um prefeito que não para e está sempre atrás de inovação. “A gente participa juntos da Frente Nacional de Prefeitos. Sei que ele é um prefeito que cuida de sua cidade e tem uma visão muito ampla do processo, o que é muito importante, porque a gente tem que estar sempre olhando para a frente”, disse Ricardo Nunes.
Os dois prefeitos se encontraram porque o de Rio Branco foi lhe entregar em mãos o projeto de moradia popular chamado “1001 Dignidades”, número de casas em madeira que a prefeitura da capital acreana pretende construir em breve. A ideia é aproveitar a madeira de refugo ou inservível e que iria servir de lenha às caldeiras da madeireira Agrocortex, instalada no município de Manuel Urbano e que aceitou a parceria com a Prefeitura de Rio Branco.
Tião Bocalom foi a São Paulo para convidar a Prefeitura paulista, que tem técnicos especializados, possa ajudá-lo a implantar a proposta em Rio Branco. “Em relação a esse projeto seu de aproveitar a madeira, de olhar para as pessoas, para tirar as mais humildes das condições de vulnerabilidade para que possam morar com mais dignidade, eu fico muito feliz em ter você, Tião, como meu amigo e prefeito da cidade de Rio Branco, do nosso querido Acre, e conte coma Prefeitura de São Paulo”, acrescentou Ricardo Nunes.
Além da prefeitura paulista e da madeireira de Manuel Urbano, Tião Bocalom espera aumentar o número de parcerias neste projeto, que tem três pilares básicos: meio ambiente, econômico e social. Na área social, a Prefeitura idealizou criar moradia digna para famílias que moram em áreas alagadiças, de desbarrancamento ou de esgoto a céu aberto. O projeto visa alcançar ainda pessoas que moram sob a condição do aluguel social, pago pelo setor público.
O projeto atende a área ambiental porque a madeira que iria para as fornalhas e jogar gás carbônico, o chamado CO2, na atmosfera, vai ajudar a dar dignidade a quem não tem onde morar. “E, depois disso, a economia que se faz com um programa de habitação, também é grande”, disse o prefeito Bocalom.
A madeira que deixará de ser queimada representa a quantia de 10 mil metros cúbicos. O custo inicial do projeto está orçado em R$ 20 milhões. Quando ficar pronto, o projeto atenderá pelo menos 1001 famílias, num total de mais de 4 mil pessoas. Durante a execução, de acordo com o próprio projeto, o trabalho vai render 31 empregos diretos, de mão de obra especializada. As moradias terão aproximadamente 42 metros quadrados, com sala, cozinha, dois quartos e banheiro.
A proposta de Tião Bocalom será apresentada também em Portugal, nos próximos dias, país que o prefeito visitará como integrante da Frente Nacional dos prefeitos do Brasil. São Paulo foi a primeira parada de Bocalom nesta viagem.