Em mais um ataque à estátua de José Plácido de Castro, o libertador do Acre, na Praça da Revolução, no centro de Rio Branco, ladrões não identificados levaram a placa de bronze e outros metais em que estão escrito o nome do herói e uma frase atribuída a ele no momento de sua morte (“… E ainda há tanta coisa a fazer pelo Acre”.). Apesar de erigida a poucos metros da porta do quartel do comando geral da Polícia Militar do Estado do Acre (PMAC), onde há sentinelas e guardas de prontidão durante as 24 horas do dia, os ladrões costumam atacar o monumento para roubar a espada que representa Plácido de Castro em seus momentos de comando das tropas durante a Revolução que tirou o Acre do domínio boliviano. A espada, assim como a placa furtada nos últimos dias, é vendida nos chamados “sucatões” para sustentar o vício em drogas dos ladrões que perambulam pelo centro da cidade em sua situação de rua.
Os ataques aos monumentos e prédios públicos, como o edifício sede da Prefeitura Municipal de Rio Branco, registrados em várias ocorrências anteriores, levaram o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PP), a determinar providências enérgicas de seu gabinete militar contra a ação dos ladrões. Assim, o Gabinete Militar da Prefeitura, através do coronel PM Ezequiel de Oliveira Bino, reuniu, na última quinta-feira, na sede do Paço Municipal, autoridades da área de segurança pública do Acre, civis e militares. A ideia foi apresentar sugestões e colher informações do sistema de segurança pública para que a Prefeitura também possa colaborar para evitar crimes na Capital, principalmente contra monumentos públicos como a estátua e Plácido de Castro.
Durante a reunião, o coronel Bino apresentou também dois projetos da Prefeitura de Rio Branco, da administração do prefeito Tião Bocalom, para ajudar no combate à criminalidade: o de reconhecimento facial por monitoramento de câmeras e a aplicação de um projeto de lei para fiscalização dos sucatões que compram materiais como cobre e outros produtos, como a placa roubada da estátua de Plácido de Castro. “O projeto de vídeo-monitoramento será composto por 430 câmeras fixas e 50 giratórias (com reconhecimento facial) espalhadas no Mercado Novo, praças, escolas, unidades de Saúde, Calçadão da Benjamin Constant, Terminal Urbano, Rodoviária, Parque Chico Mendes e Horto Florestal. A propostas é de instalar três mil câmeras de segurança até o final de 2023”, disse o coronel Bino. “Esses equipamentos vão ser de grande valia para a fiscalização”, acrescentou.
A lei que fiscalizará os chamados sucatões também vai estabelecer meios para que as oficinas que compram cobres e outros materiais sejam fiscalizadas com mais rigor. “A gente sabe que quem furta essas placas e bens dos nossos monumentos, incluindo até de sepulturas em cemitérios da cidade, é para vende a esses estabelecimentos. Com a fiscalização, cadastramento e acompanhamento dessa atividade, vamos coibir a venda desses produtos furtados”, disse o coronel.