Diabete: conheça os sinais da doença em crianças; assista à entrevista

Sede e fome excessiva, perda de peso, irritabilidade, ida com muita frequência ao banheiro, cansaço e visão turva. Esses podem ser alguns dos sinais para o diagnóstico de diabetes. Outro indício é se formigas se aproximem da urina.

“Esses são os primeiros sintomas que pais e mães devem se atentar, para que se possa ter um diagnóstico precoce e iniciar o tratamento o quanto antes, para se evitar comorbidades no futuro”, explica Jaqueline Correia, presidente do Instituto de Diabetes Brasil e mãe de uma criança com diabetes tipo 1. No próximo dia 14 de novembro, é dia de conscientização sobre diabetes.

Diabetes do tipo 1 é um tipo de doença autoimune e sem cura e ocorre por causa de produção da insulina no corpo humano por parte do pâncreas.

Esse tipo específico da doença é mais comum em crianças e adolescentes, pois já nascem com a pré-disposição de desenvolverem a doença. O tratamento visa o controle glicêmico do corpo, utilizando a insulina e fazendo uma dieta adequada, juntamente com exercícios físicos.

“O meu filho foi diagnosticado com dois anos e nove meses. A gente tinha todo um planejamento familiar e a diabetes não estava no nosso planejamento”, relata Jaqueline Correia. Ainda conta que a rotina familiar muda 100%, pois é preciso ter uma atenção redobrada quando se trata de crianças.

“Eu precisei abrir mão de todos os meus sonhos profissionais para me dedicar ao meu filho, que ainda era um bebê, e eu não tinha mais ninguém para cuidar dele, até mesmo para confiar em aplicar a dosagem certa. Porque se por acaso alguém aplica uma dosagem errada, dá uma hipoglicemia e pode levar a óbito”, explica Jaqueline de seu medo ao deixar seu filho fora de seus cuidados.

Tratamento

O paciente com diabete tipo 1 precisa manter uma rotina para que ele consiga fazer as dosagens de insulina e se manter o mais próximo dentro do alvo, que é o controle glicêmico. Então é preciso se alimentar no horário certo, fazer atividades físicas e fazer um controle alimentar, que seria a contagem de carboidrato.

Uma técnica discutida por nutricionistas, que atendem pessoas com diabetes, junto a um endocrinologista. É uma técnica em que todo alimento consumido passa por uma contagem de carboidratos e, através disso, é possível saber qual quantidade de insulina deve ser aplicada.

A utilização da insulina, será para a vida toda da pessoa que for diagnosticada, tornando-a dependente do medicamento. Existem dois tipos do remédio: a insulina basal, utilizada na parte da manhã, e a insulina ultra rápida, usada antes de cada refeição ou quando há necessidade de corrigir a glicemia.

A insulina ajuda o paciente a manter um nível glicêmico considerado saudável, que fica entre 70, antes das refeições, e até 180, depois das refeições. Permanecendo dentro desses níveis, a pessoa conseguirá evitar comorbidades relacionadas à diabetes, como a cegueira e problemas nos rins, por exemplo.

Novas tecnologias

Há também tecnologias para o tratamento, como o Sistema de Fusão Contínuo (SIC), que traz o paciente mais próximo dentro do alvo glicêmico ideal. É indicado para crianças e adolescentes e faz-se a aplicação de micro doses de insulina de acordo com a necessidade do paciente. O médico irá observar a rotina da criança e programar as dosagens de insulina corretas, fazendo com que essa bomba funcione como um pâncreas artificial.

Além disso, também há o sensor de monitoramento contínuo. É um adesivo, do tamanho de uma moeda de 1 real, aplicado no braço que monitora a glicemia do paciente. Possui um leitor que possibilita o escaneamento da glicemia. Fornecendo assim as tendências dos índices glicêmicos. Ou seja, quando a glicemia poderá subir ou descer dos níveis aceitáveis. Assim, o paciente consegue visualizar esses dados e tomar uma atitude rapidamente, antes de ter uma hipoglicemia ou uma hiperglicemia.

Acolhimento

Criado em 2020, o Instituto Diabetes Brasil (IDB), tem como objetivo amparar e acolher mães e crianças com Diabetes tipo 1. O grupo se iniciou a partir de grupos de mães no whatsApp, onde todas se ajudavam a passar por momentos difíceis, trocavam conselhos e faziam amizades. Como foi o caso de Célia Cristina, fisioterapeuta e mãe de uma criança diagnosticada com a doença: “ Eu era uma das mães desses grupos, e aí a gente teve essa ideia de realmente formar esse grupo maravilhoso e que me amparou. Porque a gente se fortalece, a gente aprende, a gente realmente tira força onde não tem. E conhece pessoas maravilhosas como a conheci a Jaque”.

“A gente começou a produzir alguns encontros com os familiares, com as crianças e adolescentes com diabetes no ano de 2016. E em 2020 a gente sentiu a necessidade de oficializar o instituto”, explica Jaqueline, que se tornou presidente do instituto. Ainda relata que nesses grupos não tinham apenas familiares de Brasília, mas de todo o país. E por isso do nome “Instituto Diabetes Brasil”.

O instituto hoje tem três projetos para a população em geral e também para as pessoas com diabetes e familiares que é o “saúde na comunidade”. Um evento de prevenção e diagnóstico precoce. O projeto leva técnicos da saúde à comunidades, onde ocorre exames de ponta de dedos, para fazer um mapeamento de quantas pessoas com diabetes tem naquela região. Podendo, assim, fazer um diagnóstico precoce em crianças.

Há, também, o projeto de educação em diabetes para profissionais da educação. Hoje nós não temos políticas públicas que ampare a criança com diabetes tipo um dentro das escolas. E muitas vezes as matrículas são negadas pras crianças porque a escola não tem suporte para receber essas crianças, né? Então nós temos todo um projeto que chama: educação em diabetes para profissionais da educação. Que a gente trabalha dentro das escolas.

 

 

 

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