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Quem apoia manifestações coloca Gladson em situação delicada com Lula, diz Moisés

Por NANY DAMASCENO, DO CONTILNET

Moisés Diniz. Foto: Cedida

O ex-secretário adjunto de Educação de Gladson, Moisés Diniz, usou as suas redes sociais para falar a respeito dos movimentos atuais que contestam o resultado das eleições no país.

Moisés, que hoje é presidente do Solidariedade e já foi um fiel militante da esquerda no Acre – tendo sido inclusive deputado pelo PCdoB – afirma que as manifestações são legítimas.

“Eu tenho muita admiração por quem luta por suas convicções. E também não entro nesse discurso ‘amarrotado’ de que há manifestações golpistas. Quando gritavam ‘Fora Sarney, fora FHC’ ou ‘Lula Livre’, também estavam afrontando a decisão das urnas e até da Justiça (já que a absolvição só veio depois). E eu também acho que estavam lutando por suas convicções. E eu sempre as respeitei, mas, mesmo ainda na esquerda, nunca participei desses movimentos. Essa minha coerência ninguém vai sequestrar”, escreveu.

Mas rechaça a ideia de retirar direitos como o de ir e vir. “Nos dois casos, desde que não tirem o direito das pessoas, de discordar, de ir e vir, de comer, de abastecer seu carro ou seu carrinho no supermercado e até de viver (por conta de remédios ou insumos da saúde), eram e são manifestações legítimas. Se pegarem em armas, aí muda o jogo”.

Moisés Diniz afirma que chegou a hora dos manifestantes do Acre “escolherem a espada da governabilidade”. Segundo o ex-deputado, os manifestantes e também alguns políticos que foram eleitos, estão colocando o governador Gladson Cameli em uma situação delicada.

“Eles votaram em Bolsonaro e em Gladson Cameli, mas, estão deixando o governador eleito em situação incômoda. Além de terem dado 70% dos votos pra Bolsonaro, o que é legítimo, com suas manifestações, mandam mensagens cifradas, pra Brasília, de bloqueio político e de certa birra com o presidente eleito. Da mesma forma que tem gente do lado de Lula espatifando, ironizando e até humilhando adversários e vetando políticos com mandato, do outro lado também tem gente precisando baixar a bola”, assevera.

Moisés lembrou que o Acre “é muito pobre para ter mandato federal atrapalhando a diplomacia política do governador eleito. O Acre precisa de Brasília pra concluir suas pontes, recuperar suas estradas, construir milhares de casas, cuidar da saúde e seguir fazendo obras, pra modernizar o Estado, gerar renda e emprego. Da mesma forma que o governo Gladson Cameli precisa do Lula, o governo Lula precisa dos oito deputados e senador eleitos na onda azul do Gladson. Quem está, ingênua ou deliberadamente, sabotando essa regra de convivência do presidencialismo de coalizão, vai dar com os burros n´água. Numa boa, tem horas que alguém tem que lembrar, que dá pra manter as convicções, sem jogar fora o menino, junto com a água suja da banheira. Gladson já sinalizou, por duas vezes, que precisa de paz no Acre, pra governar junto com Brasília”, finalizou.

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