Lula diz que vai cobrar apoio de evangélicos a vacinas ou responsabilizar igrejas por mortes

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse a representantes da área da saúde que o governo precisa convencer a população sobre a eficácia das vacinas. Ele afirmou que vai cobrar de lideranças evangélicas apoio às campanhas de vacinação e que pode responsabilizar as igrejas por mortes.

“Eu pretendo procurar várias igrejas evangélicas e discutir com o chefe delas: ‘Olha, qual é o comportamento de vocês nessa questão das vacinas?'”, disse Lula. “Ou vamos responsabilizar vocês pela morte das pessoas”, afirmou ainda.

Na mesma reunião, o presidente eleito disse que os primeiros 100 dias de seu governo terão como foco a recuperação do PNI (Programa Nacional de Imunizações), o aumento da cobertura vacinal e a restauração da confiança da população sobre o tema, —que, segundo ele, foi afetada por fake news sobre o tema.

A fala ocorreu em reunião fechada da equipe de saúde do governo de transição com representantes de várias áreas da saúde. O encontro acontece em formato híbrido e teve a participação de Lula por videoconferência.

“Vamos ter de agora pegar muita gente que combateu a vacina que vai ter de pedir desculpa”, disse Lula.

Durante a reunião, o presidente eleito disse ainda que os representantes devem apresentar as melhores propostas para a área porque ele quer o que há de mais eficaz para o povo brasileiro, prometendo que não faltará recurso para a área.

Fizeram parte do encontro cinco ex-ministros da Saúde: Humberto Costa (PT), Arthur Chioro, Alexandre Padilha (PT), José Gomes Temporão e José Agenor.

Também participaram representantes do Instituto Butantan, da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), da Fiocruz, do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), do Conasems (Conselho Nacional de Secretarias municipais de Saúde) e ex-chefes de PNI, entre outros órgãos.

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