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Marina nega que assumirá cargo de autoridade climática no Governo Lula: “Não tenho perfil técnico”

Por NANY DAMASCENO, DO CONTILNET

Marina Silva. Foto: Getty Images

Em entrevista concedida ao jornal O Globo, a acreana Marina Silva, eleita deputada federal por São Paulo, negou que assumirá o cargo de autoridade climática no novo governo Lula, órgão sugerido por ela ao programa de Lula quando aderiu à campanha do presidente eleito durante as eleições.

Para Marina, essa é uma função técnica que ela diz não ter. “A autoridade para risco climático é semelhante à autoridade nuclear ou às autoridades monetárias. É uma função técnica e tudo o que a gente não precisa é de que isso tenha algum tipo de viés político. Eu sei que eu entendo de muita coisa de meio ambiente, mas eu não tenho um perfil técnico. (…) É uma autoridade nacional para que cuide da capacidade de resiliência, do cumprimento de metas dos diferentes setores para que o Brasil, semelhante ao cuidado que nós temos com a economia, tenha esse olhar também para as ações de mitigação, adaptação”, afirmou.

Sobre a possibilidade de assumir algum ministério, a acreana disse que está à disposição, mas negou que isso esteja certo ou que tenha sido procurada por Lula.

“Minha conversa com Lula não envolveu em absolutamente nenhum momento qualquer discussão sobre ministério, nós discutimos sobre propostas. (…) Acho que tem que terminar, primeiro, a transição e, ao terminar, ai vão começar as definições do presidente. Ele tem que ter tranquilidade para fazer essas escolhas pensando na composição e, obviamente, tudo o que um aliado não precisa fazer é ficar constrangendo o presidente. (…) Acho que todos que participaram desse processo estão dispostos a contribuir. Inclusive, eu”, disse.

Na mesma entrevista, Marina, que estava rompida há 10 anos com Lula e o PT e decidiu apoiá-lo nas eleições gerais deste ano e foi um dos pilares da campanha petista, falou sobre a frente ampla formada especialmente no segundo turno com nomes como Simone Tebet, José Aníbal e Aloysio Nunes.

“Não dá para a gente repetir os mesmos erros. (…) É preciso criar um novo ecossistema político. É como se nós fôssemos uma argila endurecida, cada um no seu canto e de repente nós fomos umedecidos por essa semente da esperança, da gente se reinventar. Agora com essa argila que pode ser novamente remoldada, que tipo de vaso democrático a gente vai produzir? Para mim, um primeiro passo é acabar com a visão excludente e exclusivista da política. Quando a gente está em situação difícil a gente vai atrás de todo mundo”, afirmou.

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