De Sham El-Sheikh, no Egito, onde participa da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022 (COP 22), a acreana Marina Silva, deputada federal eleita por São Paulo (Rede), comentou a morte do ativista cultural Francisco Gregório Filho, ocorrida na tarde deste sábado (12), no Rio de Janeiro e noticiada em primeira mão por Contilne.
Sob uma foto em que aparece ao lado do amigo e do sindicalista Chico Mendes, assassinado em 1988, em Xapuri (AC), a deputada escreveu: “Estamos perdendo tanta gente querida nos últimos tempos, que nossos corações estão doloridos. Recebo agora, com meio mundo de distância, a notícia do falecimento do amigo e conterrâneo Francisco Gregório Filho, escritor, contador de histórias, artista sensível e pensador refinado da literatura e da cultura do Acre e do Brasil”.
Marina Silva também afirmou: “Olho sempre com carinho e agora vou olhar com mais saudade, essa fotografia em que estou com Gregório e Chico Mendes. A conversa entre nós era sempre marcada pelas histórias da floresta, cheias de aventura e sabedoria. Gregório encantou-se com as histórias que Chico contava, especialmente com as artes do jabuti, que é um bicho pequeno e vagaroso, mas que com inteligência e a proteção de seu casco consegue escapar dos ataques dos grandes predadores como a onça e o jacaré. Chico via no jabuti sua própria arte de defender a floresta e os seringueiros da violência e da devastação. Gregório incorporou o personagem da floresta em sua vasta galeria de causos da cultura brasileira”.
Segundo a ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, que está cotada para voltar ao cargo sob o novo governo do presidente eleito Luiz Inácio da Silva, “dói perder gente assim, que faz parte de nossas raízes”. E acrescentou: “Que Deus nos console, que multiplique os contadores de histórias, aprendizes e sucessores da arte de Gregório. Que abençoe e console sua família, amigos e admiradores”.
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