Rei da soja diz que não financia manifestações, apenas apoia: “Não quero que o Brasil vire Venezuela”

Citados em despacho do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo tribunal federal (STF) como financiadores das manifestações locais de aliados do presidente Jair Bolsonaro contra o resultado do segundo turno da eleição presidencial, os pecuarista Jorge Moura e Henrique Luiz Cardoso reagiram às acusações. “Eu não sou apoiador nem financiador de nada. Sou apena sou um brasileiro patriota que não quer ver o Brasil transformado no comunismo e sua população na miséria, sendo obrigada a comer cachorro, como já acontece na Venezuela”, disse Jorge Moura ao ContilNet, na manhã desta segunda-feira (7).

Entenda: Rei da soja, Jorge Moura, e fazendeiro Henrique Neto são financiadores de atos golpistas no Acre, diz STF

O pecuarista Jorge Moura, de 80 anos, conhecido no Acre como “Rei da Soja”, ao lado de outro pecuarista, Henrique Luiz Cardoso, da Fazenda Niteroy, em Senador Guiomard, foi apontado pro Alexandre de Moraes como financiadores das manifestações na Rua Colômbia, no bairro do Bosque, na frente do quartel do comando geral do 4º Batalhão de Infantaria e Selva (Bis) no Acre. Henrique Luiz Cardoso, que se apresenta como primo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o FHC, também negou financiar as manifestações, embora aponte fraude nas eleições que deram um terceiro mandato ao petista Luiz Inácio Lula da Silva e faça críticas ao ministro do STF, acusando-o de querer ser dono do Brasil..

“Ali as pessoas não precisam de financiamento. Estão ali porque são patriotas e querem o melhor para o Brasil”, acrescentou Jorge Moura, embora admita ter doado carne bovina para o churrasco que é feito pelos manifestantes. Mesmo com a proibição judicial, inclusive por parte do STF, os aliados de Bolsonaro vêm fazendo manifestações no local desde o início da semana passada, quando o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), anunciou o petista Luiz Inácio Lula da Silva contra o novo presidente do Brasil ao derrotar o atual presidente. As pessoas que participam das manifestações, além de  questionarem o resultado das urnas anunciado pelo TSE, afirmando que houve fraude na eleição – mesmo sem provas – pedem a intervenção do Exército e das Forças Armadas no país.

Jorge Moura e Henrique Cardoso estiveram nas manifestações, embora neguem os financiamentos. “Eu fui lá como acreano e brasileiro. Quanto às doações, eu vi gente lá, mecânico, borracheiro e outras pessoas do povo doando de R$ 1 a R$ 3,00 para bancar o movimento. É gente que não quer ver o Brasil, um país tão bonito como nosso afundar como a Venezuela, o Chile ou a Argentina”, afirmou Jorge Moura. “Vi gente lá, que veio do Caquetá, trazendo carne para churrasco. Trouxeram até um carneiro recheado e pronto, assado, que não sei quem doou. Só sei que estava muito gosto”, acrescentou.

Jorge Moura não está em Rio Branco. Não quis revelar em que cidade se encontra ao fazer contato com a reportagem por telefone, mas afirmou que se as manifestações continuarem apesar da proibição judicial, como vem sendo registrado, ele voltaria ao acampamento. “Voltaria porque não estamos fazendo nada ilegal e nada escondido. É um movimento legítimo de brasileiros que amam o Brasil”, afirmou.

O empresário também negou que as manifestações tenham cunho político. “Tem gente de todas as idades. Vi até uma criança de um mês de nascida nos braços da mãe, no meio do sol, exatamente porque a Justiça mandou retira tenda do local”, afirmou, revelando que as manifestações têm o apoio dos moradores da Rua Colômbia. “Eles apoiam doando café, emprestando o banheiro de suas residências. O único que não apoia é o deputado Leo de Brito, petista que mora na rua”, disse.

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