Rodovias são totalmente liberadas no Amazonas após bloqueios ilegais

Todas as rodovias bloqueadas por bolsonaristas no Amazonas estão totalmente liberadas nesta quinta-feira (3), de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Trechos da BR-174 e BR-230 vinham sendo afetados desde segunda-feira (31), após a derrota de Jair Bolsonaro, que não conseguiu se reeleger.

No entanto, apesar dos bloqueios terem cessado nas rodovias, manifestantes estão em frente ao Comando Militar da Amazônia (CMA), localizado no Bairro da Ponta Negra, na capital amazonense, desde a quarta-feira (2). A manifestação causa lentidão no trânsito e transtornos em vários pontos de Manaus. (leia mais abaixo).

Até a manhã desta quinta-feira (3), havia apenas um ponto da BR-230 parcialmente bloqueado por bolsonaristas. O total de atos antidemocráticos é menor que o contabilizado na quarta (2), quando foram apontados quatro pontos de interdição no estado.

De acordo com a PRF, no Amazonas, o único trecho onde a pista que ainda parcialmente bloqueado é no Km 430, da BR-230, na região do município de Manicoré (a 331 quilômetros de Manaus). No trecho, os caminhoneiros seguiam promovendo manifestações, e apenas um sentido da pista estava liberado.

Já os trechos dos KM 618 e 642 da BR-230, em Humaitá, onde havia bloqueio total até a quarta-feira (2), foram totalmente desobstruídos. O mesmo ocorreu na altura do quilômetro 188, em Apuí, onde ainda havia manifestação, mas sem interdição.

No início da BR-174, em Manaus, onde foram registrados atos desde segunda-feira (31), também não há registro de bloqueios.

Confira a situação dos trechos que vinham sendo alvo de manifestações no AM:

BR-230

  • Como estava: até quarta (2), havia trechos bloqueados em três pontos: nos quilômetros 188, em Apuí; 430, em Manicoré; 618 e 642, em Humaitá.
  • Como está: nesta quinta (3), a PRF informou que há apenas um ponto parcialmente bloqueado, na altura do km 188. Os demais trechos estão completamente desobstruídos.

BR-174

  • Como estava: na quarta (3), a BR não estava bloqueada, mas um grupo de pessoas permanecia na altura do km 0, nas proximidades do posto da PRF-AM, conhecido como “Barreira”.
  • Como está: a PRF informou, nesta quinta-feira (3), que o trecho segue totalmente liberado. Não há informações sobre eventuais manifestações na região.

Protestos na área urbana de Manaus

Além de manifestações nas rodovias, bolsonaristas protestam em frente ao Comando Militar da Amazônia (CMA), na Ponta Negra, Zona Oeste de Manaus, desde quarta-feira (2). O ato provoca lentidão no trânsito da região.

Bolsonaro pede liberação

O presidente Jair Bolsonaro (PL) divulgou, na quarta-feira, um vídeo nas redes sociais em que faz um apelo para a desobstrução das rodovias.

“Eu quero fazer um apelo a você, desobstrua as rodovias. Isso daí não faz parte, no meu entender, dessas manifestações legítimas. Não vamos perder nós, aqui, a nossa legitimidade”, disse Bolsonaro.

Segundo o presidente, o fechamento das vias prejudica o direito de ir e vir, o que está previsto na Constituição. “E nós sempre estivemos dentro dessas quatro linhas. Eu tenho que respeitar o direito de outras pessoas que estão se movimentando, além de prejuízo a nossa economia”, continuou.

Durante seu primeiro pronunciamento após a derrota nas eleições presidenciais, Bolsonaro já havia se manifestado contra os bloqueios.

Investigação

O Ministério Público Federal (MPF) pediu que a Polícia Federal (PF) investigue possíveis crimes cometidos pelo diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques. Segundo o ofício, o inquérito deve apurar blitz realizadas pela corporação durante o segundo turno das eleições e omissão em relação aos bloqueios em rodovias.

O MPF diz que, se comprovada omissão do diretor da PRF sobre o bloqueio nas vias federais, o caso pode ser considerado prevaricação. Além disso, Silvinei Vasques – que declarou apoio a Bolsonaro na eleição – pode responder por “crimes praticados por invasores de rodovias”.

A prevaricação está configurada quando o funcionário público retarda ou deixa de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou age contra regra expressa em lei, “para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”. A pena é de detenção de três meses a um ano, e multa.

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