No primeiro encontro de um membro da equipe do governador reeleito Gladson Cameli, do Acre, com membros da equipe de transição do governo Lula, em Brasília, nesta semana, parece que houve empatia de ambos os lados.
O encontro foi mantido entre o secretário de Estado de Segurança Pública, coronel PM Paulo Cézar Santos, pelo Governo do Acre, e o ex-ministro Aloísio Mercadante e o senador eleito pelo Maranhão Flaviano Dino (PSB), no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), onde trabalham os membros da equipe de transição coordenada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin.
Flavio Dino é o coordenador da área de Segurança na equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e é cotado para comandar no novo Governo o Ministério da Justiça.
No encontro, Paulo Cézar manifestou as preocupações do governador Gladson Cameli com o risco de desabastecimento do mercado acreano a persistir o fechamento da principal rodovia que liga o Acre ao restante do país, a BR-364, que vinha concentrando vários pontos de bloqueio desde a eleição de Lula, há mais de 20 dias.
Paulo Cézar expôs a Flávio Dino o risco de desabastecimento de água potável, conforme alerta da Prefeitura Municipal de Rio Branco. De acordo com o secretário, os insumos químicos para tratar a água captada chegaram a ficar retidos em caminhões no Mato Grosso.
Ao falar em nome do futuro Governo, Flávio Dino o assegurou que haverá reação rigorosa para permitir o direito constitucional de ir e vir dos brasileiros, caso os protestos bolsonaristas sejam mantidos após a posse de Lula. Dino classificou o fechamento das rodovias como “um ato criminoso e antidemocrático”.
“Nós temos um cenário inaceitável que é o bloqueio de rodovias. Uma coisa é uma manifestação episódica, que faz parte da vida democrática de qualquer país do mundo, numa rodovia, rua, numa via urbana, temporária, datada. Isso faz parte da vida democrática. Outra coisa é uma sabotagem, com bloqueio, com impedimento dos direitos fundamentais”, disse o senador eleito.
Já o coordenador de grupos temáticos da equipe de transição, Aloizio Mercadante, também destacou a preocupação de Paulo Cézar com as fronteiras. De acordo com o ex-ministro, o secretário do Acre, juntamente com secretários de Segurança de outros estados fronteiriços, relatou a preocupação de combater o crime organizado com baixo orçamento.
“Esse trabalho ostensivo de combate ao tráfico quem faz é a PM e a Polícia Federal, especialmente nestas estruturas montadas nessas áreas criticas. E o que está acontecendo é a desmobilização dessas estruturas, o que vai gerar uma avenida para o tráfico de drogas e nós não podemos permitir. Eu não estou dizendo nem do nosso governo no ano que vem, eu estou dizendo para fechar esse mês e para não acontecer isso em dezembro, porque são danos irreparáveis aos interesses da segurança pública do País. Presta a atenção no que vou repetir: não estamos falando do nosso orçamento. Estamos falando do orçamento para fechar o ano”, disse o coordenador.
Segundo Mercadante, vários governadores destacaram o risco disso que esta acontecendo nas fronteiras. “Vários secretários de Segurança destacaram essa preocupação, especialmente da região amazônica, mas não só, na fronteira seca também. Mato Grosso do Sul, Mato Grosso falou, Amazonas falou, Pará, o Acre. Nós escutamos todos os secretários e deram muito destaque a importância de manterem essas equipes que atuam na fronteira todas focadas no combate especialmente ao tráfico de drogas”, disse.