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Um dos mais jovens eleitos, Eduardo Ribeiro fala sobre expectativas para mandato

Por NANY DAMASCENO, DO CONTILNET

Eduardo Ribeiro/ Foto: ContilNet

Eleito com 4.810 votos, o advogado Eduardo Ribeiro é um dos 24 deputados estaduais da nova legislatura acreana.

Aos 38 anos, Ribeiro faz parte da renovação da Casa que contará com 12 novos deputados a partir de fevereiro do próximo ano, e conversou com o ContilNet sobre suas expectativas para o mandato.

Filho da Dra Dilza Ribeiro, médica pediatra bastante conceituada no estado, e do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e ex-deputado estadual Valmir Ribeiro, Eduardo foi eleito pelo Partido Social Democrático, o PSD, do senador Sérgio Petecão, que além do advogado, também elegeu Pablo Bregense.

Apesar da pouca idade, formou-se em Direito em 2008, é especialista em Direito Constitucional pela Universidade do Sul de Santa Catarina (2009), com experiência na área de Direito Público, mestre em Direito pela Universidade de Marília e agora está fazendo um doutorado também na área.

Eduardo tem experiência em administração pública, tendo sido superintendente do Incra no Acre e secretário de Administração de Rio Branco. E na política também não é estreant. Em 2020, Eduardo foi candidato a vice na chapa da então prefeita Socorro Neri, que tentava reeleição. 

Confira a entrevista:

ContilNet: Então a primeira pergunta é que todo mundo quer saber: como que vai ser a atuação do PSD dentro da Assembleia Legislativa. O  partido vai ser oposição ou situação?

Eduardo Ribeiro: É algo que eu tenho que ver junto ao partido. Nós elegemos um outro colega deputado também, que é o Pablo, né? Então, precisa participar dessa discussão. O que eu posso garantir é que o PSD será um partido moderado, um partido democrático. Então, o que foi interessante para a população pode ter certeza que nós vamos estar do lado e o que não for, obviamente, nós vamos discordar.

O partido tem o senador Sérgio Petecão, que foi candidato ao Governo, em oposição a Gladson, que foi eleito. Isso quer dizer que vai ser mais para oposição? Essa é uma máxima na política, da eleição, que é essa questão do que for bom para o estado, não tenha dúvida que a gente vai ser favorável, dentro de um projeto de legislação, mas aquilo que for ruim, a gente será contra. O próprio senador Petecão, quando tive oportunidade de conversar recentemente, me disse: ‘Eduardo, o que ficou conquistado vocês terão que apoiar, é óbvio, essa é a principal bandeira do PSD, que é acima de tudo um compromisso com a população acreana. Então esse é o nosso foco.

Então a gente pode dizer que vai ser um mandato independente?

Acredito que sim. Se o independente estiver relacionado ao que for bom para a população, com certeza é.

Eduardo, está na discussão a mesa diretora na Aleac, né? Anteciparam muito essa discussão, o que muita gente diz que, inclusive, é uma tentativa de barrar vocês que estão entrando. Você foi convidada a participar de alguma dessas conversas?

Já, ambos nos procuraram, o partido também foi ouvido e existe uma tendência do PSD de caminhar com o deputado Luiz Gonzaga. Existem dois nomes que estão sendo colocados, dos deputados Tchê e Gonzaga. E eu tenho que refinar isso com o colega Pablo, mas a tendência do PSD é de caminhar com Luiz Gonzaga.

Mas há uma tratativa para vocês integrarem a mesa?

Eu acho que o PSD saiu bem fortalecido dessa eleição, apesar de não termos feito o governador, a gente conseguiu eleger dois deputados estaduais, e do ponto de vista de representatividade no parlamento, nada mais justo que o PSD tenha um lugar, um espaço na mesa diretora da Assembleia Legislativa, agora nesse cenário.

Como você vê a situação do Petecão como um interlocutor entre o futuro presidente Lula e o Governo do Acre? Acha que isso vai ser bom para o partido, dar mais uma visibilidade, vai ser bom para o estado ter essa interlocução?

Eu acho que isso vai ser bom não só para o partido, vai ser muito bom para o estado. É muito importante essa interlocução com o governo federal, a gente sabe que o estado do Acre depende muito do orçamento do governo federal, depende muito da ajuda do governo federal. E é muito importante um parlamentar tomar a frente disso e fazer essa interlocução que é sem sombra de dúvidas fundamental para a economia do estado.

O próprio Gladson entendeu isso e teve uma postura republicana. O que acha da atitude dele?

Acho extremamente acertada, ele entendeu que o governo tem que ser feito com com parcerias, então, parabenizo pelo fato de ter tido essa postura democrática, republicana em reconhecer e buscar novas parcerias. A gente tá falando em reconhecer vitórias.

Inclusive, a gente tá vivendo um momento muito complicado, de ameaça à democracia por parte de um grupo que perdeu as eleições e não aceita esse resultado, temos inclusive deputados eleitos acreanos colocando em cheque a urna eletrônica. Como você vê essa questão?

Eu vejo com preocupação, porque se a pessoa foi eleita dentro de um processo eleitoral, como é que ela vai ser contra esse próprio processo eleitoral? Então, é algo que eu diria que é surreal, as pessoas têm que entender que o processo eleitoral acabou, passou. Eu entendo quem ficou magoado, ficou chateado, e nesse caso acho que cabe uma oposição, mas é uma posição responsável e essa oposição você faz dentro de um parlamento, essa oposição se faz dentro de um conjunto de discussões, sem prejudicar o direito das pessoas, sem prejudicar a sociedade e dentro de um trabalho para numa próxima legislação, numa próxima disputa eleitoral, você poder angariar o espaço democrático dentro das eleições. O que passar disso, ao meu ver, é algo que está errado.

Eduardo, agora nessa questão das suas bandeiras dentro do Parlamento. Você é filho do conselheiro Valmir Ribeiro, que também é pecuarista. E a sua mãe, Dilza Ribeiro, é uma médica muito conceituada, umas das pediatras mais reconhecidas do Acre. As suas bandeiras vão ficar nessa área de produção e saúde dentro da Aleac? Como você pretende trabalhar?

Também. Eu sempre vivi com isso dentro de casa. Eu quero ajudar muito a parte da produção do estado. Acho que nós temos muito que avançar, podemos ajudar muito a ter uma parte de produção, geração de emprego, então, tá bem ligada essa parte da agroindústria da agricultura. Eu acho que tem como a gente conservar isso dentro de uma sustentabilidade. E tem a parte de medicina, que eu vejo que é a parte mais cara para trazer dignidade para a população. Não tem nada mais triste do que você sentir uma pessoa que tá precisando de uma cirurgia, de uma de uma intervenção cirúrgica, às vezes até de uma consulta e fica ali tempo sem conseguir essa consulta, isso é algo que mexe não só com aquela pessoa, mas com toda aquela família. Então, no que pudermos ajudar nós vamos ajudar, sem deixar de lado outras situações que são importantes, como por exemplo, a segurança, o que a gente puder avançar na geração de emprego, trabalhar para que o governo do estado aumente o investimento público, vamos fazer. Tem uma série de coisas que a gente precisa fazer dentro da Assembleia Legislativa e a gente tendo um planejamento e uma boa equipe, poderemos trabalhar em função da população.

Você já tem algum projeto que pense em apresentar logo no início do mandato?

Tenho muitos, têm muitas boas pautas que eu quero ver como é que a gente faz para avançar, são relacionadas, realmente a esses eixos temáticos, são relacionados à produção, à saúde, relacionadas à segurança, mas eu acredito que a principal, já de início do mandato, vamos analisar todos os fatores, aquilo que o estado precisa realmente avançar e analisar bem o orçamento que nós vamos trabalhar e, dentro desse orçamento, dentro desse limite, a gente avançar na geração de emprego. Acho que dentro desse período eleitoral o que eu vi que mais as pessoas necessitam é de emprego. Então, a gente precisa fazer com que o estado do Acre avance nesse sentido.

Eu sei que a gente mal saiu, você nem foi diplomado ainda, né? Faltam mais de dois meses para ser empossado, mas eu quero saber se você já tem planos para as eleições de 2024.

Vamos trabalhar bem o ano de 2023. Vamos sentar com as pessoas, ouvir muito, principalmente o partido, para gente tomar essa definição de 2024.

Mas então não é algo que descarta vir para a prefeitura, vice-prefeito algo do tipo?

Eu tenho um um compromisso, uma gratidão muito grande pela atual vice-prefeita, gosto muito da Marfisa. Então, essa é uma decisão que a gente vai ter que tomar em conjunto.

Eduardo, fica à vontade, se quiser agradecer os votos ou mandar um recado à população.

Obrigado, Nany. Mais uma vez eu quero agradecer todas as pessoas que confiaram no nosso projeto que inicia agora em fevereiro. A gente tá ainda no momento de agradecimentos pelos votos, planejamento de mandato e fica aqui minha gratidão ao povo do Acre. Eu sei que eu vou ter muito trabalho, mas eu fico muito feliz de poder ser uma ponte democrática, ser uma fonte de representação dessa população.

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