Indiciado pela Polícia Federal na conclusão da chamada “Operação Contágio”, desencadeada no Acre e em Goiás desde o ano de 2020, o vereador de Rio Branco Fábio Araújo (PDT), acusado de liderar uma quadrilha que teria fraudado licitações no município de Plácido e Castro, falou ao ContilNet, nesta quinta-feira (24), sobre as acusações.
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De acordo com a Polícia Federal, as fraudes à licitação no município permitiram a aquisição de compras de equipamento e insumos no auge da pandemia do coronavírus, com desvios de recursos da ordem de mais de 500 mil, o que o vereador negou.
Apesar das negativas, decisão da Justiça Federal deverá indisponibilizar os bens do vereador e dos demais envolvidos. Fábio Araújo disse, no entanto, que continua a utilizar todos os seus bens, inclusive veículos.
Além de Plácido de Castro, a “Operação Contágio” se estendeu ainda aos municípios de Xapuri, também no Acre, e em Abadia, em Goiás. Além do vereador, estão acusados no mesmo processo servidores do alto escalão da Prefeitura de Plácido de Castro e empresários com atuação no município.
Não há informações da Polícia Federal sobre as investigações relativa aos municípios de Xapuri e de Abadia de Goiás.
Ao ContilNet, o vereador disse que a vinculação de seu nome ao caso, neste momento, pode estar relacionada ao fato de que ele integra uma chapa de oposição à mesa diretora da Câmara Municipal e à Prefeitura de Rio Branco – a qual pode vencer às eleições previstas para o próximo dia seis de dezembro.
Ao falar diretamente sobre às acusações da Polícia Federal, o vereador afirmou: “Só posso atribuir a mais uma prática da velha política porque quanto à atuação da PF e o trabalho da Justiça, estive e estou à disposição contribuindo para elucidação dos fatos porque também tenho interesse em apresentar a minha defesa e provar que não tenho culpa em relação aos problemas investigados”.
Fábio Araújo afirmou ainda que trabalha na área de licitação através de uma empresa da qual é sócio faz mais de 15 anos e que foi envolvido no caso porque em 2020 prestou serviço para a Prefeitura de Plácido de Castro por meio desta empresa de consultoria em gestão pública.
“Sou especialista em licitação, gestão pública e gestão de pessoas. Tenho uma empresa que, há 15 anos, desenvolve esse trabalho em alguns municípios”, acrescentou.
Quanto à justificativa de que as acusações surgem às véspera da eleição para a mesa diretora da Câmara Municipal, o vereador disse que não vê comodismo em ligar as acusações ao que atribui como ações de caráter político para enfraquecê-lo politicamente.
“Não considero nada cômodo. Muito pelo contrário. É bastante incômodo em pleno Estado Democrático de Direito e pleno exercício das minhas funções de vereador, enfrentar a velha política”, acrescentou.
De acordo com o vereador, a operação a Polícia Federal informando seu indiciamento e envolvimento no caso “surgiu num momento em que me encontrava em enfrentamento ferrenho no campo político com o governo municipal, apresentando denúncias de irregularidades justamente em processos licitatórios”.
“Agora, do mesmo modo, não acredito que seja mera coincidência a notícia vir a público somente mais de 40 dias depois de conclusão do inquérito, exatamente às vésperas da eleição da mesa diretora da Câmara Municipal, para a qual componho uma chapa consolidada que tem chances reais de eleger com votos suficientes da maioria dos vereadores”, finalizou.