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10 sinais que o corpo dá quando sua imunidade está baixa

Por UOL

Reprodução

O sistema imunológico é um conjunto de órgãos, tecidos e células que atuam no combate a agentes infecciosos como vírus, bactérias e fungos, evitando doenças.

Do mesmo jeito que ele cria mecanismos de defesa, os agentes infecciosos criam de ataque. Ora o sistema imunológico vence, ora vencem vírus e bactérias. E é aí que temos um problema de saúde.

Ficar doente uma vez não quer dizer que o sistema imunológico falhou completamente ou está ruim. Ele apenas não foi capaz de conter o vírus em primeiro momento, mas depois combate o problema —por isso ninguém fica gripado para sempre, como explica Ekaterini Simões Goudouris, coordenadora do Departamento Científico de Imunodeficiências da Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia).

Quando a pessoa fica doente com muita frequência, o sistema imunológico pode não estar funcionando bem, diz Mônica Nunes, médica residente em infectologia do Hospital de Doenças Tropicais da UFT (Universidade Federal do Tocantins), da Rede Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares). E o corpo dá algum “avisos” de que isso está ocorrendo.

Estes sinais podem indicar que sua imunidade está baixa:

  1. Você vive estressado
  2. Você tem herpes e outras infecções recorrentes
  3. Muitas aftas estão surgindo na sua boca
  4. A gripe dura muito mais tempo do que o normal (cerca de 5 a 7 dias)
  5. Seu cabelo está caindo muito (o normal é perder cerca de 100 fios por dia)
  6. Você tem candidíase de repetição
  7. Ter muitas febres e calafrios
  8. Sofrer com náuseas e vômitos
  9. Ter diarreia por mais de duas semanas
  10. Aparecerem manchas vermelhas ou brancas na pele

A seguir, explicamos melhor a relação desses 10 fatores com o sistema imune.

Uma das causas que podem indicar o sistema imunológico baixo, segundo a médica infectologista Lina Paola Rodrigues, da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, é o estresse.

“Jornadas extenuantes de trabalho, poucas horas de descanso e lazer e alimentação inadequada. Precisamos ter regulado nosso sistema tireoidiano, hormonal, de alimentos, para que todo o sistema de imunidade funcione”, diz. Se o estresse está alto, é sinal de que a imunidade deve estar baixa.

Segundo o clínico geral e geriatra Paulo Camiz, professor da USP (Universidade de São Paulo) e do Hospital das Clínicas de São Paulo, um dos principais fatores de que a imunidade está baixa é o surgimento de infecções recorrentes, como a herpes, especialmente em pessoas com menos de 50 anos.

“Quando a pessoa tem um quadro de zóster abaixo dos 50 anos, é muito indicativo de ter tido uma baixa de imunidade. É praticamente obrigatório dar uma olhada como está a imunidade da pessoa.”

Apesar de não haver um exame específico que aponte a baixa imunidade, é possível, por meio de exames complementares, descobrir o que está acontecendo. “Pode fazer um hemograma para ver como está a quantidade das células brancas; uma dosagem de anticorpos; uma avaliação nutricional para ver a questão de micronutrientes e vitaminas”, lista Camiz.

Doenças simples, mas que demoram a passar ou que agravam facilmente, como a gripe, também podem indicar que a imunidade está baixa.

“O normal é se recuperar completamente dos sintomas em cinco a sete dias. Gripes e resfriados são doenças autolimitadas, ou seja, com poucos dias de evolução e recuperação rápida. O que foge disso se suspeita imunidade baixa”, diz a infectologista Lina Paola Rodrigues.

A monilíase oral e a candidíase vaginal, Rodrigues explica, também têm relação com imunidade baixa.

“O fungo Candida habita normalmente da boca ao ânus em todos nós. O desequilíbrio da flora e fatores imunológicos fazem com que este fungo se prolifere, ou seja, aumente em quantidade e cause uma infecção”, diz.

A médica Ekaterini Simões Goudouris explica que qualquer infecção pode dar febre, e febres altas podem causar calafrios. Se recorrentes, também podem indicar uma baixa imunidade. “Infecções recorrentes ou graves podem sugerir um defeito do sistema imune.”

Segundo Rodrigues, as aftas são úlceras com várias etiologias, desde infecção por herpes simples, imunidade baixa, trauma por aparelhos dentais, mordida errada e alergias a alimentos. “Então alguns pacientes que têm aftas ulcerativas recorrentes podem ter sim baixa imunidade, porém tem de ser descartados outros fatores”, diz.

Em alguns casos, náuseas e vômitos também podem indicar que a imunidade está baixa, mas é preciso um diagnóstico mais completo para descartar outros problemas mais graves, como explica a infectologista da BP.

“Náuseas e vômitos são sintomas de diversas doenças. Precisam ser descartadas alterações endocrinológicas, hormonais da tireoide e do sistema reprodutivo”, diz.

Diarreia persistente ou crônica, segundo Goudouris, pode ser sinal de infecção. E, novamente, indicam, possivelmente, um sinal de que o sistema imune está baixo.

Kleber Luz, infectologista do Hospital Universitário Onofre Lopes, em Natal, e professor da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), explica que infecções de pele também podem indicar que a imunidade está baixa.

“Os sinais são as infecções. As foliculites, ou seja, as infecções da pele, podem, de fato, indicar que a sua imunidade está baixa. Por exemplo, se pessoa que tem a pele íntegra, não tem infecção e, subitamente, começa a ter infecção cutânea, pode ser um indicativo que a imunidade está baixa”, diz.

Segundo ele, a presença de micose nas unhas também pode ser um indicativo.

Até a queda excessiva de cabelo pode indicar que a imunidade está baixa, de acordo com Rodrigues. Nesse caso, a alimentação adequada pode ajudar a diminuir o problema, mas uma avaliação médica é necessária.

“Queda de cabelo pode diminuir ao melhorar a imunidade e nutrição do paciente. Então seria consequência de melhorar e equilibrar diversos sistemas no organismo.”

O que fazer para melhorar a imunidade

Como já explicado, ter uma boa imunidade não indica que a pessoa está livre de ficar doente. Todo mundo corre esse risco em algum momento da vida.

“Nem o melhor sistema imunológico do mundo consegue manter alguém livre de ter um quadro infeccioso, porque, para isso, basta ter contato com o agente agressor”, diz Alexandre Cunha, médico infectologista do Grupo Sabin e vice-presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal.

“Quando a gente fala que tem problema de imunidade, tem de investigar qual a doença que está causando isso. Todas as pessoas têm risco de ficar doente, mesmo as que têm melhor imunidade possível”, diz Cunha.

A queda da atividade do sistema imunológico pode acontecer por diversas situações, inclusive estresse e ansiedade. Doenças crônicas, como Aids, lúpus, câncer e diabetes também podem diminuir a atividade do sistema imune e favorecer o aparecimento de outras doenças.

Fontes: Alexandre Cunha, médico infectologista do Grupo Sabin e vice-presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal; Ekaterini Simões Goudouris, coordenadora do Departamento Científico de Imunodeficiências da Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia); Kleber Luz, infectologista do Hospital Universitário Onofre Lopes, em Natal, e professor da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte); Lina Paola Rodrigues, médica infectologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo; Mônica Nunes, médica residente em infectologia do Hospital de Doenças Tropicais da UFT (Universidade Federal do Tocantins), da Rede Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares); Paulo Camiz, clínico geral e geriatra, professor da USP (Universidade de São Paulo) e do Hospital das Clínicas de São Paulo.

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