O jovem musicista, Yuri Mateus Pinheiro, de 14 anos, é um prodígio musical, autodidata e com uma história de amor com a música. Diagnosticado aos 3 anos de idade com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) nível de suporte moderado, a música o acompanha e o ajuda a superar o dia-a-dia.
Para custear a compra de seus instrumentos, uma rifa está sendo realizada. O valor é de R$10,00 para a compra de cada número de 1 a 170. O sorteio acontece no dia 23 de dezembro.
As dificuldades para a aquisição dos equipamentos o fizeram arrecadar o dinheiro para a compra de seus equipamentos. Quando há apresentações musicais, Yuri sempre aluga equipamentos ou pede emprestado.
“Todas as dificuldades que você possa imaginar, dentro do autismo, ele teve” disse a mãe, Zeneide Mota. Ela explica que em 2011 as dificuldades eram maiores no início do diagnóstico, sendo mais difícil de se identificar. Além do seu diagnóstico autista, no ano passado, ele também teve laudo de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e Transtorno Opositivo-Desafiador (TOD).
As medicações não são baratas assim como as consultas. Ele faz acompanhamento com fonoaudiólogo, psiquiatra, psicóloga, terapia ocupacional, psicomotricidade e fisioterapia motora. Atualmente Yuri não faz nenhuma aula de música, apenas um acompanhamento no Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação do Acre.
A semana é agitada, estuda em uma escola, faz quatro terapias na semana e ainda faz futebol, a semana toda é com a agenda lotada de atividades. Na escola ele é acompanhado pelo mediador, tendo a necessidade de um suporte devido ao déficit cognitivo abaixo da média, precisando de um mediador. Apesar dos muitos problemas sensoriais como o barulho de um liquidificador podem causar crises sensoriais, mas a música nunca foi um problema pra ele.
“A gente sempre notou nele uma musicalidade, desde que ele era pequeninho, tudo na vida dele foi através da música. A única coisa que aquietava ele era instrumento musical, tudo para ele era música. Ele não falava, mas cantava alguns trechos de música”, disse Zeneide.
Yuri conta com o suporte de seu irmão mais velho, que é guitarrista, sempre o levava para uma escola onde trabalhava, mas não tinha professor para ele por conta das dificuldades do autismo. A socialização é a parte mais importante das apresentações, trazendo uma porta para a inclusão.
Aos cinco anos de idade foi a primeira vez em que ele se apresentou tocando bateria, no Teatrão, já se apresentou com a Banda da Polícia Militar e outras bandas de Rio Branco. Atualmente ele é baterista da banda Love Geek.
Além da percussão, ele toca violão, contrabaixo, guitarra e tem interesse em ter um saxofone. Uma das características do Yuri é a sua facilidade em aprender e tocar instrumentos, sendo autodidata, ou seja, tem capacidade de aprender sem ter alguém para ensinar.
No estado do Acre, segundo os dados da Associação Família Azul do Acre (Afac) há cerca de 20 mil autistas no estado sem diagnóstico formal, acredita-se que cerca de 11 a 12 mil pessoas têm o laudo de autismo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 2 milhões de pessoas têm TDAH.