19 de abril de 2024

Morando na zona rural até os 16 anos, poeta acreano lança seu quarto livro no interior; confira

“Então,

Sou um longo poema

ainda mal começado

mas tecido no livro da mente

em verbos, prelúdios, cantares

Nele serei a eternidade

ou apenas o instante,

a esperança que não morre,

e em cada espaço branco,

o princípio e o fim”.

O poema da professora paulista Neusa Marilda Mucci, ela própria uma “poeta de coração” que viu-se desde criança rodeada de letras e inspirações, traduzia em versos seus sentimentos sem saber ainda de poesia. Mais tarde continuou a caminhada e nos poemas e textos em geral sempre colocando algo sobre natureza, música e os mais variados sentimentos.

Assim nasce um poeta. E quando ela fala de si em sua poesia parece falar, mesmo com a distância de Campinas, interior de São Paulo, para Xapuri, no interior do Acre, do acreano Milton Menezes Júnior, um acreano de 50 anos que, neste sábado (3), lança seu quarto livro de poesias. Assim como no caso da professora e poetisa paulista, Menezes Júnior não se sabia poeta nem o que era poesia. Hoje, ele e ela sabem que o poeta, mesmo sem saber, nasce pronto e, com o tempo, se fortifica com o diálogo de seu interior e tudo que o rodeia, numa luta insana em letras, em histórias, com personagens reais ou fictícios, sobre pedras, lugares ou amores. Enfim, o poeta, como Milton Menezes Júnior, bebe em  desilusões, saudades, iras ou sorrisos. O que, às vezes, pode parecer dor, é o bálsamo e a cura com os quais o poeta traça com maestria seus versos. Mesmo que seja apenas no cofre de sua mente, onde guarda seus tesouros secretos. No caso de Milton Menezes Júnior, não. Ele faz de tudo para mostrar e dividir sua arte com sua gente.

Milton Menezes/Foto: Reprodução

Menezes Júnior nasceu e residiu até os dezesseis anos de idade na zona rural do município de Xapuri, onde concluiu o primeiro grau no Ginásio Anthero Soares Bezerra. Iniciou o ensino médio no Colégio Divina Providência, onde em 1987, ainda adolescente incentivado pela professora Euri Figueiredo, publicou seu primeiro livro de poesias intitulado “Definições”, livro este que foi impresso em um velho mimeógrafo emprestado pela escola que o autor estudava.

É o décimo primeiro filho de Milton Menezes e Maria Pinheiro Menezes, também conhecida como dona Maria França. O autor veio morar em Rio Branco aos 17 anos de idade. Em 1992, com a ajuda do então prefeito Jorge Kalume, publicou seu segundo livro de poesias intitulado Pranto Real, com direito a lançamento no restaurante Kaxinawá.

No dia 6 de agosto de 2021 o autor publicou na cidade de Xapuri, sua terceira obra, intitulada “Duas Famílias e a Revolução Acreana”, na qual relata com detalhes e em um estilo épico, a história do Estado do Acre.

Milton Junior é formado em Administração com Habilitação em Análise de Sistemas no Iesacre, fez especialização em Web Marketing na Uninorte e trabalhou como professor de cursos técnicos na área de gestão do Instituto Federal do Acre (IFAC) e do Instituto Dom Moacyr.

Atualmente o autor tem publicado diariamente poemas que resgatam o patrimônio histórico e cultural do Estado do Acre, em suas redes sociais. Milton Junior, que se tornou poeta a partir de um livro de poesias encontrado numa calçada de sua cidade natal, é um poeta nato que, com o passar  dos anos, aprendeu a escrever poemas e poesias com a leveza do dom que Deus lhe deu.

Casado com Silvinha Menezes, o poeta não tem filhos físicos – só os poemas, que não são poucos, com os que estão vindo agora através do livro “O  Resgate”, a ser lançado neste sábado (3), no antigo “Ponto Chic”. Nesta sua última obra o autor propõe resgatar a memória, o imaginário e o patrimônio histórico da cidade natal.

A seguir, o poeta fala um pouco de sua obra. Veja os principais trechos da entrevista:

Como foi que você se descobriu poeta? 

Milton Menezes Júnior –  Com 15 anos de idade, encontrei um velho livro de poesias abandonado em uma calçada da cidade de Xapuri. Tive curiosidade, comecei a ler e me encantei pela poesia. Então comecei a escrever minhas próprias poesias. Foi aí que a professora Euri Figueiredo pegou meu caderno para avaliar uma atividade, e viu as poesias escritas lá. Então desse dia em diante a professora Euri passou a me incentivar nos caminhos da literatura

E como foi a primeira poesia? 

Milton Menezes Júnior – A minha primeira poesia chama-se ‘A Capela’. Essa poesia foi inspirada no ambiente de religiosidade que eu nasci. 

Para escrever a sua poesia, você se inspira em outro autor?

Milton Menezes Junior – Não, porque sou um poeta nato. De certa forma brinco com as palavras. E crio poesias livres de regras.

Você escreveria sobre outro gênero literário que não só poesia?

Milton Menezes Junior – Toparia sim. Mas o meu foco são poesias baseadas em fatos históricos. Tanto é que já tenho inclusive material para O Resgate volume 2. Um dia talvez eu possa escrever um romance, porém atualmente não pretendo mudar meu estilo de escrever. Pois a poesia focada na história é a minha identidade como escritor. E está sendo bem aceita.

Sua temática, ao que parece, é sempre Xapuri e seus personagens. E quando isso acabar?

Milton Menezes Junior – É impressionante, quanto mais eu escrevo sobre Xapuri, mais histórias chegam no meu WhatsApp. Mas já penso em escrever sobre histórias que aconteceram em todos os municípios  do Acre. Por enquanto, faço um mm resgate do patrimônio histórico e cultural de Xapuri e de personagens marcantes da cidade. O primeiro e o segundo livros foram de poesias focadas na natureza e no romantismo. Já o terceiro foi a história de meus familiares e a Revolução Acreana. 

E como é o livro atual?

Milton Menezes Júnior – É um livro de 207 poesias e 216 páginas. O poema intitulado ANTES. Ele retrata a minha vida em Xapuri.

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