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Os 5 sinais de um relacionamento saudável e que vale a pena viver

Por O GLOBO

Há sinais de que uma relação é boa para os dois Pexels

Conhecer antecipadamente as “bandeiras verdes” ou as “bandeiras vermelhas” pode ser útil em um relacionamento que está apenas começando. Os termos se referem a comportamentos positivos e negativos ou tóxicos, respectivamente. São indicadores importantes para saber com antecedência se vale ou não a pena investir naquela relação.

Passada a paixão arrebatadora do início de um relacionamento, a realidade prevalece e muitas vezes começam a aparecer aspectos até então desconhecidos, como ciúmes excessivos e injustificados, exigências de acesso ao celular do outro ou demonstração de desconfiança quando o casal se encontra com outras pessoas. Os sinais podem ser difíceis de identificar, principalmente se você não tem muita experiência amorosa.

— Tendo crescido na era “Disney” do amor romântico, acho pertinente definir um relacionamento saudável como aquele vínculo do qual você não precisa, mas que, por algum motivo, te faz sentir melhor e você consensualmente escolhe mantê-lo, sem nenhum tipo de coerção — afirma a psicóloga Florencia Berrade.

O que é preciso para ter um(a) parceiro(a) ou relacionamento bem-sucedido e saudável? Segundo Berrade, cada pessoa dá maior importância a características diferentes, o que impossibilita a generalização. No entanto, existem “bandeiras verdes” ou indícios positivos que caracterizam aquelas pessoas que cuidam de seus relacionamentos afetivos.

Comunicação

A boa comunicação é baseada na expressão clara e assertiva e na escuta ativa. Para Berrade, a primeira característica inclui ser capaz de falar sobre suas emoções em primeira pessoa. Ela também garante que isso evita criticar o outro e, em vez disso, abre caminho para uma conversa que deixe claro seus próprios desejos.

Por exemplo, em vez de reclamar que o(a) parceiro(a) não sai do celular no momento em que vocês estão juntos, vale trocar a crítica por um pedido como: “quando jantamos juntos, gostaria que você usasse menos o celular para compartilhar um momento mais íntimo comigo”, exemplifica a especialista. Ela esclarece que é importante deixar de lado a atitude defensiva e pensar que o diálogo ocorre entre pares que têm os mesmos objetivos.

Em relação à escuta ativa, um bom indicador é a empatia. Demonstre interesse pela opinião de seu par e valide-a.

— Dar espaço apesar de não concordar significa dar a possibilidade à existência do que o casal sente e pensa, e não necessariamente uma coincidência de opinião — aponta Berrade.

Acordos

— A chave para qualquer relacionamento bem-sucedido é chegar a um acordo — diz Kate Moyle, psicoterapeuta de relacionamento e apresentadora do podcast The Sexual Wellness Sessions. —Sempre haverá uma luta entre as necessidades individuais de cada um dos membros da relação e não devemos esperar estar perfeitamente alinhados ou de acordo em tudo.

Na mesma linha, a psicóloga clínica e instrutora de mindfulness, Bárbara Ayub, explica que se, às vezes, não há discussões ou desentendimentos é porque uma das partes está cedendo muito ou não tem interesse na relação. Tudo deve ser dado na sua justa medida e tentando alcançar um equilíbrio.

Individualidade

Nenhuma das pessoas que fazem parte do vínculo amoroso deve se sentir obrigada a estar disponível 24 horas por dia uma para a outra. A cultura do imediatismo em que a sociedade está submersa pela tecnologia mostra que, se uma mensagem não é respondida com rapidez suficiente, é porque não há interesse.

— A verdade é que além dos vínculos afetivo-sexuais, o casal deve poder ter outras atividades : profissionais, sociais, de lazer, momentos de solidão, etc — afirma Ayub.

Independência

Segundo Berrade, a independência emocional baseia-se no fato de que os membros do vínculo amoroso sabem que são capazes de gerar felicidade, satisfação ou emoções positivas para si mesmos — individualmente — e sem a necessidade de se sentirem obrigados a isso pelo(a) parceiro(a). Da mesma forma, a profissional enfatiza a importância de assimilar que essas emoções positivas que são geradas não dependem de “permanecer ou não no vínculo”, mas podem ser obtidas por iniciativa própria.

Empoderamento

— Um relacionamento deve nos fortalecer e nos levar ao engrandecimento pessoal. E não limitar nossas habilidades, projetos ou objetivos pessoais — diz a Berrade.

Ela acrescenta que os casais devem procurar promover todos os aspectos positivos do outro e até colaborar com a melhoria daquelas características negativas que seu amante possa ter.

O que são as ‘bandeiras vermelhas’?

Por outro lado, as “bandeiras vermelhas” ou sinais de alarme também são muito visíveis. Esses poderiam ser pensados ​​como o contraponto aos bons indicadores (já mencionados) que geram um vínculo saudável. Geralmente são aspectos negativos que se repetem constantemente e dão origem a padrões de comportamento difíceis de mudar.

Segundo Ayub, um relacionamento pode ser problemático e causar danos emocionais quando começa a afetar o dia a dia. Para a especialista, existem alguns aspectos que podem ajudar a avaliar se a relação não está totalmente saudável. Algumas delas podem ser: existem situações de desrespeito? Há dependência do parceiro de alguma forma (emocional/econômica)? Que emoções essa relação gera? Produz danos ou emoções negativas?

Como sair de um relacionamento doentio?

— Levante a mão e sempre peça ajuda. Você não precisa ser capaz sozinho ou sozinha. Não é fácil sair de um relacionamento onde as bandeiras vermelhas prevalecem, principalmente porque são acompanhadas de atitudes de manipulação que tornam esse abuso invisível aos olhos de quem o recebe — afirma Berrade, que acrescenta: — Acho que uma ferramenta ou recurso fundamental é poder falar sobre como os comportamentos saudáveis ​​ou funcionais impactam em um relacionamento. (É importante) torná-los visíveis nas conversas entre familiares e amigos para que sejam mais fáceis e rápidos de identificar quando os vivenciamos na nossa própria carne.

Por fim, Ayub enfatiza que uma boa alternativa para trabalhar os relacionamentos é pensá-los como carentes de cuidado, atenção, carinho e, sobretudo, revisão por meio do diálogo.

— Nunca tomamos nada como certo, os acordos são essenciais e sugiro revisá-los em cada etapa do ciclo de vida — conclui.

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