Laura* tinha 10 anos quando começou a usar máscara pelos mesmos motivos que todos nós: se proteger da covid-19 e impedir a disseminação do vírus.
Agora, depois de quase 3 anos e do início de sua puberdade, a máscara ocupou um outro lugar na vida dela: o de um objeto que esconde seu rosto e a ajuda a lidar com inseguranças sociais.
Sua irmã conta que, mesmo em um passeio à praia, Laura permaneceu de máscara — inclusive para entrar no mar.
Em ocasiões como essa, o sol marca o contorno da máscara no seu rosto, tornando ainda mais difícil que ela deixe de usar o acessório em público.
A história da jovem ressoa nos relatos de centenas de jovens nas redes sociais, em especial adolescentes, que dizem ter dificuldade de ficar sem máscara fora de casa por vergonha de mostrar o próprio rosto.
Em muitos casos, eles são alguns dos únicos alunos da classe que continuam a utilizar o acessório rigorosamente, e sofrem bullying de colegas que questionam o uso e até tentam retirá-lo à força.
Outros dizem que a máscara os ajuda a passar despercebidos e diminuir as interações sociais, inclusive chamando menos atenção dos professores.
A situação ganha complexidade num momento de reincidência dos casos de coronavírus, em que a máscara é recomendada para frear o contágio da doença.
Em que momento, então, o uso rigoroso do acessório por adolescentes se torna preocupante? E como pais e professores podem lidar com essa situação?
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