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Peru: por que país, com 6 presidentes em 4 anos, é tão difícil de governar

Por BBC NEWS BRASIL

GETTY IMAGES Legenda da foto, O ex-presidente Pedro Castillo agora é acusado de rebelião

O Peru é uma “máquina de moer presidentes”.

Pedro Castillo foi o último a cair, mas divide com seus antecessores mais recentes o pouco tempo que durou no cargo.

Sua sucessora, a recém-empossada Dina Boluarte, torna-se a primeira mulher presidente da história do Peru, mas também a sexta chefe do Estado peruano desde 2018.

Além de Boluarte e Castillo, também governaram o país nos últimos 4 anos Pedro Pablo Kuczynski, Martín Vizcarra, Manuel Merino e Francisco Sagasti.

A precariedade é tanta que muitos peruanos se distanciaram da política e de suas turbulências permanentes.

O que torna o Peru tão ingovernável?

Tensão contínua com Congresso

Uma constante se repetiu nos últimos anos: a batalha entre o Congresso e o presidente termina com a derrota deste último, que acaba deixando o poder. Castillo foi o mais recente.

Numa aparente tentativa de impedir a votação da moção de vacância contra ele no Congresso, Castillo surpreendentemente anunciou a dissolução do Congresso e a criação de um governo de exceção.

Mas, poucas horas depois, ignorando o anúncio presidencial, os parlamentares se reuniram e decretaram a destituição do presidente, que ficou nas mãos da Polícia e do Ministério Público, acusado ​​de rebelião.

A situação decorre da Constituição Política do Peru, aprovada em 1993, que estabelece que a Presidência da República fica vaga por “incapacidade temporária ou permanente do presidente, declarada pelo Congresso”.

Isso abriu as portas para uma espécie de espada de Dâmocles que paira permanentemente sobre a cabeça do presidente e que pode cair sobre ele assim que os 87 votos exigidos forem reunidos no Congresso.

Foi o que aconteceu agora com Castillo, com Vizcarra em 2020 e quando Alberto Fujimori fugiu para o Japão em 2000, e o Congresso teve que declarar sua destituição.

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