Narrativas
A PEC que o futuro governo Lula (PT) vem tentando aprovar, mostra que antes mesmo de assumir, já existe uma guerra de narrativas com relação à medida. Enquanto parte da imprensa nomeou a proposta de PEC da Transição, outra parte, mais ligada à direita e crítica ao PT, tem chamado de PEC fura-teto ou PEC do Estouro. Já parte da imprensa mais conectada com a esquerda, prefere chamá-la de PEC da Bolsa-Família. E por fim, veículos bolsonaristas adotaram o termo PEC do Lula. Isso é só uma pequena amostra de como se dará a tônica do debate dos atos e ações do terceiro governo Lula dentro da imprensa e da sociedade.
1° turno
A PEC da Transição, inclusive, foi aprovada ontem em 1° turno. A Câmara dos Deputados aprovou a proposta, que prevê a continuidade do Bolsa Família de R$ 600, mais R$ 150 por criança de até 6 anos, por um placar de 331 votos a favor e 168 contra. Do Acre, só Alan Rick (UB) e Mara Rocha (MDB) votaram contra. A deputada Jéssica Sales (MDB) não votou, e os demais votaram a favor.
Recado
Os votos contrários não geram surpresa. Mara sempre se declarou bolsonarista raiz, tanto na seara política quanto de costumes, e Alan Rick, apesar de não se envolver em todas as pautas polêmicas do atual presidente, sempre esteve do lado de Bolsonaro (PL). O voto é um claro recado de que, se depender de Alan Rick, Lula não terá vida fácil no Senado no ano que vem.
Responsável
À coluna, o deputado federal e senador eleito Alan Rick confirmou que fará oposição ao governo Lula, no entanto, com responsabilidade. “Serei uma oposição responsável, em favor do povo brasileiro”, disse.
Base
Questionei o senador eleito ainda sobre como será seu posicionamento caso o seu partido, o União Brasil, vá para a base do governo Lula, possibilidade que vem sendo ventilada por parte da imprensa nacional. A resposta foi categórica: “Não acredito que o União desembarque na base do Lula. Mas se isso acontecer continuarei oposição do mesmo jeito”, contou à coluna.
Justificativa
Já sobre o voto contrário à PEC, Alan Rick usou as redes sociais para justicar. “Desde sempre apoiei o Auxílio Brasil de R$ 600,00 pois foi uma promessa de campanha do presidente Bolsonaro. Porém o texto que veio do Senado estabelece um valor muito acima dos R$ 70 bilhões necessários para atender os mais pobres! O texto atual ultrapassa os R$ 145 bilhões. Mais que o dobro! Eu não seria irresponsável de dar um cheque em branco para o próximo governo endividar o Brasil”, escreveu Alan Rick.
Não precisava
O deputado disse ainda que “o Auxílio Brasil foi retirado do Teto de Gastos, por decisão do STF. Não precisava mais de uma PEC para votar a matéria”. E continuou: “Mas há outros motivos para votar contra a PEC da gastança. O texto permite que o Brasil contraia dívida com organismos externos para investir em infraestrutura extrateto, aumentando significativamente a dívida pública do País. A PEC também pretende abolir as regras atuais de Teto Fiscal, colocando nas mãos do governo do PT o poder de definir novas regras do teto. O teto fiscal é importante instrumento de controle das contas públicas e foi votado para valer por 20 anos para que o governo brasileiro organizasse os gastos públicos. Infelizmente perdemos essa votação, mas continuaremos lutando por um Brasil mais justo!”
Lados opostos
Se por um lado, Alan Rick diz que votou contra para evitar a “gastança” do governo do PT, por outro, a deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB) acusa quem votou contra a PEC de ser contra “pagar 600 reais permanente para o Bolsa Família e contra os 150 reais para crianças pobres com menos de 6 anos”. Estão em lados opostos.
Força Nacional
Em Brasileia, município do Alto Acre, já é possível ver militares da Força Nacional circulando nas ruas. As equipes chegaram ontem na fronteira e ficam por lá por um período de 90 dias. A medida faz parte de uma força-tarefa de combate aos crimes de fronteira.
Feijó
Hoje, 21 de dezembro, é aniversário da querida cidade de Feijó, terra do melhor açaí do mundo. O município completa 84 anos. Que comemore muitos outros, com desenvolvimento e muita coisa boa para os seus munícipes.