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“Precisam entender o resultado das urnas”, diz Gladson a aliados que viraram adversários

Por TIÃO MAIA, PARA O CONTILNET

Foto: ContilNet

Às vésperas de assumir o novo mandato, no dia 1º de 2023, o governador Gladson Cameli (Progressistas) já vem falando sobre quem permanece e quem sairá de sua equipe no novo Governo. As declarações foram feitas em solenidade na Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), na tarde da última terça-feira (26). Um dos secretários seguros à frente do cargo e que deverá ser reconduzido é exatamente o da Sejusp, coronel Paulo César dos Santos, que está na função – é o único secretário nesta condição – que está na função desde o primeiro dia do mandato que está se encerrando. 

Gladson Cameli evitou falar de política no futuro, se seria candidato ou não ao Senado em 2026. “Minha preocupação é, em primeiro lugar, assumir este novo mandato”, disse ao ContilNet.

O governador também voltou a falar em união, embora reconheça que os antigos aliados, em sua maioria, como os senadores Márcio Bittar (União) e Sérgio Petecão (PSD), passaram a ser seus adversários, inclusive disputando com ele as últimas eleições estaduais. 

“Eles sabem que têm obrigação com o Estado e que têm que trabalhar em favor de seu povo”, disse o governador, sobre o assunto. 

A seguir, os principais trechos da entrevista:

O coronel Paulo César Santos permanece na Secretaria de Segurança Pública?

Gladson Cameli – Permanece. É uma forma de agradecermos ao coronel e à toda sua equipe pela reestruturação do sistema e segurança pública do nosso Estado. Além da reestruturação, foi feito também um trabalho de valorização dos servidores, juntamente com a nossa equipe da área econômica, para que a gente possa realmente oferecer segurança para a nossa população. Isso inclui o trabalho permanente de cuidados com as nossas fronteiras, contando com todo o apoio do Governo Federal e da nossa bancada de deputados e senadores, além dos parlamentares estaduais, até as cidades nas zonas urbanas. Criamos agora a Polícia Rural e, ao mesmo tempo, estamos estruturando o Pelotão Ambiental para que possamos realmente fazermos uma política respeitando tudo o que está no Código Florestal como também na nossa Constituição.

Qual será a diferença do próximo Governo em relação ao atual e em qual área vai haver mudanças?

Gladson Cameli – A grande diferença que vai haver que eu posso dizer é que vamos fazer muito mais além do que fizemos neste primeiro mandato. Eu penso que o momento é agora. Então, a meta é continuar trabalhando para diminuir os índices de desemprego no nosso Estado e melhorar a infraestrutura e colocar em prática uma palavra que vou usar muito a partir do dia 1º, que é união. Nós temos que acabar com essas instabilidades. Eu preciso do apoio de todos porque não resolvo os problemas sozinho. Quero reafirmar a toda a equipe do sistema de segurança que o coronel Paulo Cézar vai continuar na função com carta branca para que a gente possa termos de fato um Estado mais próspero e mais seguro para proteger aquilo que entendo como o nosso futuro, que são as nossas crianças e os nossos jovens.

O senhor já tem uma data definida para anunciar o novo secretariado?

Gladson Cameli – Eu venho todo dia anunciando  que amanhã (27) vão sair alguns nomes, mas a minha data limite é até o dia 30. Eu já disse e vou repetir o que eu preguei desde 2028: teremos pessoas certas no lugar certo. 

Qual o critério para um secretário permanecer ou ter que deixar o Governo?

Gladson Cameli –  A regra é que aquilo que está dando certo vai continuar. Aquilo que está dando errado, não pode continuar. Mas eu não tenho o que reclamar não. Venho dando ordens de serviço e trabalhando muito para recuperarmos o tempo perdido. Mas uma coisa que vai mudar é que o Governo vai tornar- se ainda mais transparente. Estou otimizando e fortalecendo as equipes dos órgãos de controle e disso eu não abro mão. Quero reafirmar que não terá segunda chance, interrogações ou qualquer dúvida para aqueles que vierem criar instabilidade na credibilidade governamental. Estou dando todas as provas de que quero um Governo transparente e que a população nos ajude para que a gente possa dar, de fato, transparência com o que é gasto com o dinheiro público. Estamos fortalecendo os órgãos de controle e na própria reforma administrativa que foi feita nos últimos dias essa foi a intenção. 

Governador, o senhor fala em união em torno de seu Governo mas o fato é que todos os seus aliados que  o ajudaram nas eleições em 2018, se tornaram seus adversários, rigorosamente todos. O senhor acha que pode haver a reconstrução de pontes em relação a esses ex-aliados que se tornaram fortes e duros adversários e que alguns ainda têm mandatos, como os de senadores (Márcio Bittar e Sérgio Petecão)?

Gladson Cameli – Penso que se eles não quiserem ou decidirem não ajudar ao Estado, não estão fazendo o mal para mim, pessoalmente. Estariam fazendo mal ao povo, e a população é muito sábia. O povo quem são seus representantes e cada um tem que ter consciência disso. Eles têm que entender o recado das urnas. Eu entendi e não vou cair. Continuo dizendo que não vou governar só.  Sou um cara que sobreviveu a tudo o que passou. Fui acusado na obra de não realizar obras e isso era feito às vezes até por pessoas que tinham indicações políticas nas secretarias, e fui acusado de omissão. Por isso, agora vai ser assim: aquele que não quer trabalhar, rua! O que gazetar, que não chegar no horário e não quiser trabalhar, não vai ter segunda chance – até porque a população não tem paciência para isso. Vamos abrir espaços para quem quer trabalhar. Estou dizendo isso com muita tranquilidade. A população me deu um cheque em branco e não vou decepcionar. Eu sou um democrata e ouço todo mundo e não sou melhor do que ninguém, mas chego à conclusão de que a gente não pode perder tempo.

E em relação ao futuro, o senhor não seria mesmo candidato ao Senado em 2026?

Gladson Cameli –  Não estou pensando nisso por enquanto. Em relação ao futuro, o que  estou pensando é em tomar posse no segundo mandato no próximo dia 1º.

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