Com novas reformulações e uma nova diretoria, a CNN Brasil está promovendo uma verdadeira demissão em massa nesta terça-feira (1), a maior de seus quase três anos de existência. Segundo o colunista Ricardo Feltrin, foram 125 demitidos, e quase todos já receberam o aviso prévio. Destes 125, cerca de 100 são contratados como pessoa jurídica e 25 tinham registro em carteira.
Nomes conhecidos no jornalismo brasileiro como Boris Casoy, Monalisa Perrone, Sidney Rezende e Marcela Rahal, a ex-global Glória Vanique e o historiador e comentarista Leandro Karnal deixaram a emissora nesta terça-feira. Segundo a colunista do EM OFF, Fabia Oliveira, todas as regionais da empresa sofreram baixas.
Segundo a CNN, a readequação de funcionários e os cortes, são motivados por uma reestruturação em suas operações com dois objetivos principais: fortalecer o hard news e reorganizar os custos, buscando atingir o breakeven (equilíbrio financeiro) em 2023. A empresa comunica que a coordenação da cobertura será concentrada em São Paulo e Brasília. Na outra ponta, a newsroom (sala de redação) do Rio de Janeiro será desativada, “sem trazer prejuízo algum à cobertura”, diz a emissora.
Jairo Nascimento, Bruna Ostermann, Fernando Molica, Alexandre Borges e Kenzô Machida também são outros nomes já foram comunicados do desligamento. Em nota, a empresa demonstra aos ex-funcionários gratidão e respeito pela dedicação e trabalho, “que foram fundamentais para a construção e consolidação da CNN Brasil”.
Limpa em outras áreas
De acordo com o Notícias da TV, outras áreas da emissora foram atingidas pela crise, como a cobertura internacional e a área soft: a designer Rita Wu, que fazia o CNN Nosso Mundo; e Heloísa Vilela, ex-correspondente de Record e Globo nos Estados Unidos, tiveram seus contratos encerrados.
Na última segunda-feira, 21, Renata Afonso deixou o cargo de CEO da CNN Brasil. A executiva havia sido contratada pelo canal de notícias em abril de 2021, para substituir Douglas Tavolaro, um dos criadores do projeto brasileiro do veículo, que deixou a empresa um ano depois de o canal ter entrado no ar.
A saída de Renata Afonso aconteceu cerca de 20 dias depois de o veículo de notícias ter anunciado a chegada de João Carlos Camargo como sócio e chairman do canal. Segundo a CNN, será Camargo que ficará encarregado, de maneira interina, de despachar diretamente com os executivos da casa até que a empresa apresenta sua nova estrutura de comando. O executivo chegou para substituir o empresário Rubens Menin, investidor do projeto da CNN Brasil, como presidente executivo do Conselho. Contudo, Menin permanece como acionista majoritário.
Daniel Adjuto com saída repentina
Em setembro, Daniel Adjuto, apresentador do programa Live CNN, também foi demitido repentinamente. Ele foi informado de sua saída pouco pela manhã, quando se preparava para começar o telejornal junto com Marcela Rahal. O jornalista foi substituído por Evandro Cini, que deixou o noturno Expresso CNN. A saída aconteceu por um grave problema entre os titulares da atração nos bastidores.
A saída do âncora se deu por causa de uma briga que se arrastava desde o fim de agosto. Adjuto e Marcela não se falavam sem estarem ao vivo no telejornal. O clima era ruim nos bastidores por causa de divergências sobre o comando do programa. No entanto, na semana que antecedeu a demissão, houve a gota d’água.
Adjuto e Marcela tiveram uma discussão em que ele teria pesado a mão com a parceira de bancada. O clima de animosidade passou a ser perceptível ao vivo, e o caso foi para a direção da CNN, que decidiu pela demissão. A empresa tratou a saída do jornalista internamente como um comportamento inadequado com uma colega de trabalho.